Greve mais perto. Médicos saem com “uma mão cheia de nada” - TVI

Greve mais perto. Médicos saem com “uma mão cheia de nada”

  • VC
  • 18 ago 2017, 18:46
Saúde (Foto Cláudia Lima da Costa)

Houve reunião esta sexta-feira com o Governo.Sindicato diz que não houve avanços. Até final de setembro, haverá decisão sobre se param ou não. Ainda há encontros pelo meio

Os médicos saíram com “uma mão cheia de nada” da reunião de hoje com o Governo, que acusam de os estar a empurrar para uma greve. A ameaça, que foi feita há poucos dias, mantém-se depois da reunião desta sexta-feira.

O Ministério da Saúde, com este tipo de atitudes, está a empurrar-nos para que, no princípio de outubro, depois das eleições autárquicas, os médicos possam encetar uma nova greve”

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos mostrou-se perentório ao afirmar à Lusa que os médicos saíram desta reunião “com uma mão cheia de nada”.

E, por isso, manifestar o desapontamento do Sindicato Independente dos Médicos pela circunstância de o Ministério da Saúde, mesmo depois da greve em maio, [depois] das expectativas que foram criadas na última reunião, não ter apresentado uma contraproposta escrita”

Jorge Roque da Cunha disse à Lusa que a situação atual é de “impasse negocial”, mas garantiu que, para os médicos, o recurso à greve como forma de luta “é a última das últimas armas” para fazerem valer as suas reivindicações. Passa, por isso, as responsabilidades para o lado do Governo.

O sindicato garante que prefere o diálogo, mas tendo em conta que não houve avanços em matérias como a diminuição das 18 para as 12 horas de serviço nas urgências, e com isso permitir a diminuição das listas de espera, ou a reposição do pagamento das horas incómodas, até final de setembro os médicos tomarão a decisão de avançar ou não para a greve.

Os médicos estão decididos a aguardar até essa data, mas sempre com a expectativa de que as próximas reuniões, a primeira das quais já no dia 25 de agosto, “possam ter sucesso”. “Se a atitude for exatamente igual àquela que foi hoje, infelizmente estamos bastante pessimistas em relação a esta matéria”.

Por outro lado, Jorge Roque Cunha revelou que exigiram ao Ministério da Saúde que fizesse uma auditoria aos serviços de urgência por entenderem que “dada a desorganização e o contínuo recurso às empresas de prestação de serviço, a saúde pública poderá estar em causa”.

“O Ministério da Saúde, em relação a esta matéria, concordou connosco em termos genéricos”. O responsável disse que a tutela se comprometeu a fazer essa auditoria em todos os serviços de urgência do país.

O encontro de hohe, que juntou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a Federação Nacional de Médicos (FNAM), a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, e a presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Marta Temido, decorreu durante a manhã, à porta fechada, e tinha como objetivo o Governo apresentar uma contraproposta negocial relativa às matérias em discussão.

 

 

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