Na última edição do Governo Sombra, João Miguel Tavares, Ricardo Araújo Pereira e Pedro Mexia começaram por analisar a manifestação dos polícias na última quinta-feira. Pedro Mexia disse que o protesto correu bem e de forma pacífica, embora exista "um aspeto nebuloso sobre alguns dos movimentos que não têm ligações às associações sindicais".
O comentador afirmou que as reivindicações das forças de segurança não são ideológicas nem partidárias, mas que se identificam com o programa político de André Ventura, "que foi quem conseguiu pôr estas questões no centro da sua mensagem politica".
Afirmando que Portugal "não é o Rio de Janeiro", João Miguel Tavares disse que "é bom para o negócio" o André Ventura vestir a camisola do movimento Zero. O comentador admitiu ainda que as camisolas do movimento “voaram às centenas”.
Analisando a "semiologia das falangetas", ou o gesto, ligado a movimentos de extrema-direita, feito por vários polícias, Ricardo Araújo Pereira admitiu que o seu sonho "é ver ciganos a vender estas camisolas".
Sobre a morte de José Mário Branco, Ricardo Araújo Pereira disse que tinha sentido uma perturbação de que não estava à espera.
"Foi como se alguém com quem mantive conversas longas tivesse morrido", disse, afirmando que tem uma admiração especial por revolucionários cujas armas são acordes.
Pedro Mexia afirmou que o músico foi uma figura imprescindível da música portuguesa, porém confessou nutrir um carinho especial por José Mário Branco ter chegado "ao fim da vida a pensar mais ou menos aquilo que pensava durante o período revolucionário".
João Miguel Tavares destacou a maneira como o músico assumia a derrota com uma honestidade profundamente comovente.
O programa ainda analisou a entrevista do príncipe André à BBC em que o aristocrata nega ter tido relações sexuais forçadas com uma adolescente.
Pedro Mexia diz que o discurso do príncipe revela "falta de noção" e mostra como os seus álibis são pouco credíveis. Ricardo Araújo Pereira lamentou de forma irónica o fim da vida pública do aristocrata e "a perda de tantas intervenções absolutamente decisivas".