Instrução do Caso BES vai ser sorteada entre Carlos Alexandre e Ivo Rosa - TVI

Instrução do Caso BES vai ser sorteada entre Carlos Alexandre e Ivo Rosa

Juiz recusou pedido de Ricardo Salgado, mas processo só chega ao tribunal em setembro

A instrução do Caso BES vai ser sorteada entre os juízes Carlos Alexandre e Ivo Rosa. Num despacho a que a TVI teve acesso, Carlos Alexandre recusa a extensão de prazo solicitada por Ricardo Salgado, principal figura do processo.

O magistrado aponta a distribuição da instrução para setembro, altura em que só estarão em funções no Tribunal Central de Instrução Criminal os dois juízes referidos.

Os novos sete magistrados só entram em funções no próximo ano, no decurso de uma proposta de lei do Governo que foi entretanto aprovada no Parlamento.

A pedido de Carlos Alexandre, todos os volumes do Caso BES devem ser transferidos para aquele tribunal até 1 de setembro, devendo proceder-se de seguida a distribuição da instrução, que só não aconteceu mais cedo porque os autos tiveram de ser traduzidos para francês a pedido dos arguidos de nacionalidade suíça.

O pedido de Ricardo Salgado, que solicitou uma extensão de prazo de 14 de meses, era outro entrave ao processo, mas, como foi referido, o juiz recusou este pedido, afirmando não ver "motivo para prolongar indefinidamente esta situação".

O ex-presidente do BES, principal figura do caso, foi acusado de 65 crimes, incluindo associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no processo BES/GES.

Segundo a acusação Salgado foi acusado de um crime de associação criminosa, em coautoria com outros 11 arguidos, incluindo Amílcar Pires e Isabel Almeida.

Está também acusado da autoria de 12 crimes de corrupção ativa no setor privado e de 29 crimes de burla qualificada, em coautoria com outros arguidos, entre os quais José Manuel Espírito Santo e Francisco Machado da Cruz.

A defesa de Ricardo Salgado considera que a acusação "falsifica" a história do BES sublinhando que o antigo banqueiro "não praticou qualquer crime", refere um comunicado assinado pelos advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce.

O processo conta ao todo com 25 arguidos, acusados num total de 348 crimes.

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