Covid-19: há 196 surtos ativos e RT nacional é de 0,94 - TVI

Covid-19: há 196 surtos ativos e RT nacional é de 0,94

  • Sofia Santana
  • atualizada às 15:58
  • 27 jul 2020, 14:04

A ministra da Saúde disse ainda que "67% dos casos ativos situam-se em Lisboa e Vale do Tejo", mas que se tem verificado um decréscimo significativo do número de casos nesta região nos últimos dias.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta segunda-feira que Portugal tem, neste momento, 196 surtos de Covid-19 ativos no país.

Na conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia, Marta Temido afirmou que continuam ativos 196 surtos em todo o país, a maioria (119) na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), 41 na região Norte, 13 no Centro e no Algarve e 10 no Alentejo, perfazendo 13.205 casos ativos de Covid-19.

Reportando-se a dados da aplicação Trace Covid – que apoia os médicos na gestão de casos – a maior percentagem de casos ativos do novo coronavírus encontra-se em LVT, totalizando 67%, seguindo-se a região Norte, Centro e depois Alentejo e Algarve.

A governante frisou, no entanto, que se tem verificado um decréscimo significativo do número de casos nesta região nos últimos dias.

O número de casos ativos na região de Lisboa e Vale do Tejo tem descido significativamente nos últimos dias."

A ministra da Saúde atualizou ainda os dados relativos ao risco de transmissão (RT), informando que, a nível nacional, o RT é agora de 0,94, com uma “evolução favorável”.

Contudo, este índice varia no país, sendo o Alentejo a região onde o RT é mais elevado (1,09), seguido do Norte (0,86).

Em relação à taxa de incidência da doença, esta continua a baixar. Nos últimos sete dias, a taxa de incidência é de 14,9 novos casos por 100 mil habitantes e nos últimos 14 dias é de 33,8.

Das 459 pessoas que se encontram internadas, entre as quais 45 em Unidades de Cuidados Intensivos, 84% encontram-se em hospitais da região de LVT, e destas, 57% estão em unidades hospitalares da Aérea Metropolitana de Lisboa.

Entre as seis unidades hospitalares da região que receberam mais pessoas para internamento, a ministra destacou a “grande pressão” sofrida pelo Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e Fernando da Fonseca, na Amadora.

Dos 50.299 casos confirmados de pessoas que contraíram Covid-19, detetados desde 2 de março, 70,3% pessoas já estão recuperadas, 25,5% estão doentes, mas a recuperar em casa, e 0,8% estão hospitalizadas.

Marta Temido lembrou ainda a publicação, na sexta-feira, de uma nova norma da DGS sobre o rastreio de contactos das pessoas infetadas, sublinhando que é “absolutamente decisivo” para manter "uma trajetória que dê conforto" o cumprimento rigoroso das medidas de prevenção da transmissão de Covid-19.

Portugal registou mais dois mortos e 135 infetados por Covid-19 nas últimas 24 horas.

De acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 50.299 casos de infeção confirmados e 1.719 mortes.

A região de Lisboa e Vale do Tejo, onde há mais surtos ativos de Covid-19, totaliza hoje 25.549, mais 101 casos do que na véspera.

Ministra reconhece necessidade de reforçar profissionais nos cuidados intensivos

A ministra da Saúde reconheceu hoje a necessidade de reforçar a capacitação de recursos humanos nos serviços de medicina intensiva, observando, no entanto, que esse é um processo demorado.

Formar um especialista em medicina, em qualquer área, é um processo que demora vários anos e, portanto, não é possível ter intensivistas com a mesma velocidade com que se adquirem equipamentos de cuidados intensivos”, explicou Marta Temido, durante a conferência de imprensa.

Em abril, o secretário de Estado da Saúde avançou que Portugal tem cerca de 250 médicos intensivistas, garantindo que há outros profissionais aptos para manusear ventiladores, nomeadamente anestesiologistas, pneumologistas e internistas.

Questionada sobre como os cuidados intensivos estão a ser reajustados com o início das férias dos profissionais, dado o número reduzido de intensivistas, a ministra reconheceu que, apesar de não ser possível assegurar, para já, o reforço de médicos, esse é um processo no qual a tutela já está a trabalhar.

“A Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19 acabou por ter uma missão mais ampla do que aquela que seria a da resposta estrita à Covid-19 e ajudou-nos também a fazer uma revisão da rede nacional de especialidade hospitalar e de referenciação”, explicou.

Segundo Marta Temido, essa revisão, que está atualmente em consulta pública, reconhece não só a necessidade de reforço de equipamentos e infraestruturas, mas também de recursos humanos.

Esse trabalho, continuou, poderá passar pela maximização das vagas para a formação especializada, abertura de concursos para a colocação de médicos nos serviços de medicina intensiva e a integração nos quadros dos enfermeiros com contratos a termo certo.

Sobre o reforço dos cuidados intensivos, a governante adiantou ainda que o objetivo é que até ao início de 2021 Portugal disponha, em média, de 11,5 camas por 100 mil habitantes, alinhado com a média de referência europeia.

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