Mega-burla: Ferrari, Lamborghini e iate de luxo, as «recompensas» do crime - TVI

Mega-burla: Ferrari, Lamborghini e iate de luxo, as «recompensas» do crime

Mega-burla: Operação “Rollerball”

Operação de grande envergadura da PJ contra a corrupção que voltou a envolver o BPN

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Carros de luxo, um iate e dinheiro vivo. Estes são alguns dos bens apreendidos pela Política Judiciária na operação «Rollerball», que revelou uma mega-burla que envolveu o BPN. Foram detidos três indivíduos (um empresário e dois advogados) e constituídos arguidos outros seis, que estão a ser ouvidos esta quinta-feira no Tribunal de Instrução Criminal.

Os dez automóveis de gama alta (que podem ser vistos nas fotos associadas a este artigo) são de marcas tão distintas como Mercedes, Porsche, Ferrari, Lamborghini, Aston Martin ou McLaren Mercedes, e a embarcação de recreio tem o valor de um milhão e 700 mil euros.

O resultado de dois dias de operação, com 55 buscas (domiciliárias e não domiciliárias), apresenta crimes de burla qualificada, fraude fiscal qualificada, falsificação de documentos, abuso de confiança, branqueamento e corrupção.

A operação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção teve a colaboração de dois outros Departamentos de Lisboa da PJ e o apoio das Directorias do Norte e do Sul, acompanhada por elementos da Direcção de Serviços e Investigação da Fraude e Acções Especiais da Direcção Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros, visando escritórios de advogados, notários, uma Câmara Municipal (Sintra), contabilistas, empresas de avaliação imobiliária, instituições de crédito e sociedades financeiras.



Foram 160 pessoas em acção, para além de Magistrados do Ministério Público e Judiciais, «tendo sido apreendida enorme quantidade de documentação (inclusive a relativa a sociedades offshore), contabilidades, suportes digitais e computadores, carimbos e selos brancos, com enorme relevância probatória, cinco armas de fogo e mais de cem mil euros em numerário».

«Encontra-se fortemente indiciado que os suspeitos utilizaram sucessivos financiamentos bancários, (em valor superior a cem milhões de euros), com recurso a sociedades por si representadas e/ou controladas, sustentados em garantias falsas ou imóveis sobreavaliados, conluiados com empresas de avaliação imobiliária e altos quadros de instituições bancárias, colocando-se, seguidamente, em situação de incumprimento, deixando executar as garantias de valor inferior ao montante financiado», escreve a PJ em comunicado.

Ao dinheiro proveniente dos financiamentos foi dado destino diferente do inicialmente proposto (subjacente à concessão e aprovação de crédito) e os projectos em que assentam as avaliações nunca foram concretizados.

Das práticas ilícitas em investigação faz parte a manipulação da contabilidade das empresas, dando-lhes uma aparente seriedade e ocultando os verdadeiros fluxos financeiros, encaminhados a final para contas tituladas por sociedades offshore, para aquisição de outros imóveis (com os quais obtiveram novos financiamentos, numa lógica de ¿roullement¿ de créditos) ou para aquisição de bens de luxo (embarcações de recreio e automóveis topo de gama).
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