Tráfico: as maiores vítimas em Portugal são... - TVI

Tráfico: as maiores vítimas em Portugal são...

Pobreza

...crianças romenas e mulheres nigerianas. Dados foram revelados pela Unidade Nacional da Europol

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As crianças romenas e as mulheres nigerianas são as maiores vítimas de tráfico de seres humanos detectado em Portugal, segundo um retrato feito esta quinta-feira por Joaquim Pereira, da Unidade Nacional da Europol, escreve a Lusa.

O responsável falava sobre criminalidade organizada transnacional no I Congresso sobre Tráfico de Seres Humanos, que decorre hoje e sexta-feira em Loures, referindo que Portugal é o país de destino de vítimas «essencialmente de nacionalidade romena e nigeriana» e que «muitas se dedicam ao furto de residências».

Portugal condenou 49 pessoas por tráfico humano

Dando como exemplo a realidade do Reino Unido, Joaquim Pereira revelou que «uma criança romena, entre os 10 e os 14 anos, pode render por dia às redes cerca de 200 euros», através de pequenos furtos e da mendicidade.

O processo de tráfico de seres humanos passa por diversas fases e depois, segundo o especialista, de um «verdadeiro estudo de mercado e dos riscos subjacentes por parte dos traficantes».

Como tudo começa

O tráfico começa com o recrutamento, depois transporte, entrada no país de destino, seguindo-se a exploração sexual, trabalhos forçados, venda de órgãos, pornografia infantil, adopção e venda de bébés.

Os países de origem do tráfico são, essencialmente, a Albânia, Bulgária, Lituânia, Nigéria e Roménia, cujas vítimas passam em trânsito pela Hungria, Polónia, Áustria e Alemanha, para depois terem como destino a Áustria, Bélgica, França, Alemanha e Grécia, entre outros.

Quanto às rotas, estão referenciadas pelas autoridades as dos Balcãs, dos países de Leste e da Europa Central e do Norte e sul de África. Um dos grupos de risco do tráfico de seres humanos são as mulheres brasileiras, maioritariamente exploradas sexualmente.

Mulheres com poucos estudos

Estas mulheres, vítimas de exploração sexual em Espanha, têm entre 18 e 30 anos, são pobres, têm poucos estudos e um histórico de violência doméstica, segundo a investigadora brasileira Verónica Maria Teresi.

Citando vários estudos, a investigadora indicou que as mulheres brasileiras vítimas de redes de traficantes têm filhos e já foram vítimas de abuso sexual ou outro por algum parente.

Contudo, há outras mulheres que caem nas redes apenas para satisfazer o sonho de emigrar, encontrando-se ainda vítimas com um grau de escolaridade mais elevado, incluindo o ensino universitário.

Segundo a docente na Universidade Complutense de Madrid, as mulheres brasileiras traficadas para Espanha são, na maioria dos casos, aliciadas por outras mulheres, que as entregam depois a casas onde se pratica a escravatura sexual.
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