Cavaco quer alterar «clima depressivo» em relação à matemática - TVI

Cavaco quer alterar «clima depressivo» em relação à matemática

Matemática

Presidente diz que iliteracia neste domínio constitui «um obstáculo ao desenvolvimento» do país

Relacionados
O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou esta quarta-feira querer contribuir para alterar o «clima depressivo» existente em Portugal em relação à matemática e defendeu que a iliteracia neste domínio constitui «um obstáculo ao desenvolvimento» do país.

«Os estudos realizados, principalmente pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), revelam que a competência no domínio da matemática é muito baixa no nosso país e isso constitui um obstáculo ao nosso desenvolvimento», realçou.

O Presidente da República, que falava aos jornalistas na Universidade de Évora, garantiu que este cenário justifica que a quinta jornada do seu Roteiro para a Ciência seja dedicada à Matemática.

Esta jornada arrancou esta quarta-feira em Évora, na universidade local, com a apresentação de várias linhas de investigação em curso que demonstram a aplicação dos conceitos matemáticos para gerar conhecimento e inovação em várias áreas.

Segundo Cavaco Silva, a jornada procura mostrar a «interligação que existe entre desenvolvimento, inovação, investigação científica e as aplicações matemáticas», ou seja, como estas são «fundamentais» para o progresso nos mais variados domínios.

Em Portugal, realçou o Chefe de Estado, a iliteracia matemática «não atinge apenas os jovens», mas também «os adultos», pelo que existe «uma certa desculpabilização dos pais em relação aos maus resultados que os filhos têm na matemática».

«Eu pretendo, com esta jornada, contribuir para alterar este clima depressivo que existe no nosso país em relação à matemática», acentuou.

«Tema da maior actualidade»

Um dos cinco projectos de investigadores da Universidade de Évora apresentados ao Presidente da República está relacionado com a gestão e avaliação dos riscos nos mercados financeiros, o que Cavaco Silva considerou ser «um tema da maior actualidade».

«Vivemos hoje uma crise mundial, que afecta de forma bastante forte o nosso país, e restam poucas dúvidas de que, na génese desta crise, estão imprudências, erros ou incompetências na avaliação dos riscos», por exemplo do risco de crédito, «cometidas por instituições financeiras», disse.

Daí, sublinhou, a avaliação dos riscos nos mais variados domínios ser da «maior importância» para resolver «problemas concretos das pessoas».

«E nem sempre a população se apercebe desta ligação das aplicações matemáticas à resolução de problemas que têm a ver com a sua qualidade de vida», realçou.

Depois de Évora, o Presidente da República seguiu para Lisboa, para o Instituto Superior de Agronomia, com as atenções viradas para a aplicação da Matemática na agricultura e na gestão florestal.

Uma reunião na Fundação Calouste Gulbenkian e visitas à Carris, ao Instituto Superior de Economia e Gestão e ao Museu da Ciência são os outros palcos do primeiro dia deste Roteiro, que termina quinta-feira, com uma deslocação à Universidade de Coimbra.
Continue a ler esta notícia

Relacionados