Graça: muro "colapsou com peso das terras" - TVI

Graça: muro "colapsou com peso das terras"

  • AM
  • 3 mar 2017, 20:22
Deslizamento de terras em Lisboa

Segundo a Câmara de Lisboa, "a drenagem natural do muro deixou de funcionar" e este, "naturalmente, colapsou"

A Câmara de Lisboa explicou que o muro que desabou na Rua Damasceno Monteiro, zona da Graça, motivando a evacuação de cinco prédios de habitação, colapsou com o peso das terras, o que provocou deslizamentos.

Falando aos jornalistas no local da ocorrência, a diretora municipal de Projetos e Obras da Câmara de Lisboa, Helena Bicho, indicou que em causa está um muro de "betão projetado para o terreno natural e que, ao fim destes anos todos, porque a drenagem natural do muro deixou de funcionar, naturalmente, colapsou".

Não são muros que tenham manutenção específica. Colapsou com peso das terras", acrescentou a responsável, que falava depois de uma reunião do município com moradores.

Parte do muro (de propriedade privada) do condomínio Vila da Graça, no bairro Estrela d'Oiro, ruiu pelas 05:40 de segunda-feira, provocando um deslizamento de terras para as traseiras de cinco edifícios da rua Damasceno Monteiro (dos números 102 ao 110).

Entretanto, a autarquia disse que iria tomar posse administrativa do terreno - incluindo o muro e a zona envolvente -, para dar início às obras de requalificação, de forma a resolver o problema e evitar novos desabamentos.

No local, as equipas vão, nos próximos dias, fazer trabalhos que consistem em "refazer a parte do muro que derrubou e, de seguida, reforçar os dois troços do muro que ficaram em pé", precisou Helena Bicho.

Neste momento, a fim de assegurar a segurança dos trabalhadores que o vão fazer, visto que não existem moradores nos edifícios, vamos consolidar, retirar terras na zona onde eles vão trabalhar e vão trabalhar em cima de máquinas, nunca diretamente no terreno", indicou a diretora municipal.

Apesar de estimar um prazo mínimo de quatro meses, a especialista sublinhou que "é difícil prever, tendo em conta as condições atmosféricas”.

Câmara de Lisboa estima quatro meses para obras

A Câmara de Lisboa estimou que as obras no local onde ocorreu desabamento de terras na Rua Damasceno Monteiro, zona da Graça, durem quatro meses, garantindo que durante esse período assegurará alojamento e alimentação aos residentes.

Neste caso de obras inesperadas e de bastante complexidade técnica, só à medida que vamos encontrando (...) as construções que estão no terreno é que podemos ir fazendo uma previsão [do tempo], mas diria que no mínimo quatro meses, mas isso depende muito" [do que for encontrado], disse aos jornalistas a diretora municipal de Projetos e Obras da Câmara de Lisboa, Helena Bicho.

A mesma responsável, que falava junto ao local do deslizamento de terras depois de uma reunião do município com moradores, vincou que "este dado é absolutamente falível", já que anteriormente se indicava num prazo de três meses para as intervenções.

Também presente na ocasião, o vereador da Proteção Civil, Carlos Manuel Castro, sublinhou que, é necessário garantir a segurança dos trabalhadores antes de iniciar a obra, razão pela qual o prazo das intervenções poderá "ser mais rápido ou mais lento", dadas as condições atmosféricas.

Não vamos antecipar agora qualquer data", acrescentou.

Helena Bicho garantiu que "a Câmara Municipal garantirá todo o apoio necessário aqui aos moradores da Damasceno Monteiro", em termos de "condições de alojamento e de alimentação".

Parte do muro (propriedade privada) do condomínio Vila da Graça, no bairro Estrela d'Oiro, ruiu pelas 05:40 de segunda-feira, provocando um deslizamento de terras para as traseiras de cinco edifícios da rua Damasceno Monteiro (dos números 102 ao 110).

Segundo a autarquia, mantêm-se evacuados os prédios dos números 102, 104, 106, 108 e 110 da Rua Damasceno Monteiro, num total de 78 pessoas realojadas.

Também hoje, a rua foi interditada à circulação automóvel para arrancarem as obras de intervenção nos prédios afetados e assim continuará nos próximos dias.

O deslizamento, cujas causas ainda não são conhecidas, provocou danos nos cinco edifícios de habitação e em algumas viaturas.

Questionado pelos jornalistas sobre os alertas feitos nos últimos 15 anos pelos moradores sobre a situação do muro, o vereador Carlos Manuel Castro salientou que, neste momento, a “prioridade é garantir a segurança e o bem-estar” das pessoas, que precisam de “apoio imediato”.

Todas essas questões são pertinentes, mas se nos envolvermos nessas questões de âmbito burocrático e legal estas pessoas nunca mais irão regressar às suas casas. O que nós queremos é que estas pessoas sintam por um lado, apoio, e por outro, que a câmara foi mais além e assumiu a responsabilidade da parte de trás da obra”.

Segundo o vereador, quando for “retomada a normalidade da vida das pessoas” haverá “condições para tratar dessas questões”.

Agora, temos de perceber que há prioridades, ou nos enredamos em questões que não ajudam as pessoas, ou fazemos aquilo que estamos a fazer, que é garantir a segurança das pessoas”, fazer a obra e restabelecer a normalidade, disse.

Nas declarações aos jornalistas, o vereador explicou também as que residências da Vila Graça, condomínio do qual faz parte o muro que colapsou, provocando o deslizamento de terras, estão a ser monitorizadas, mas não estão em risco.

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