«Disparar contra polícias é disparar sobre toda a comunidade» - TVI

«Disparar contra polícias é disparar sobre toda a comunidade»

Ministro da Administração Interna repudiou o ataque aos dois agentes da PSP na Amadora

Rui Pereira, ministro da Administração Interna repudiou, esta segunda-feira, o ataque aos dois agentes da PSP no Bairro de Santa Filomena na Amadora. O ministro mostrou-se «profundamente solidário» com os agentes da PSP, dizendo que quando os visitou estes «tiveram uma atitude de brio e dignidade inesquecível».

O ministro quis deixar uma «palavra de repúdio veemente pelos criminosos que dispararam contra os polícias, pois ao disparem contra os polícias estão a disparar sobre toda a comunidade».

«Os ferimentos sobre os polícias são ferimentos que defendem os direitos dos portugueses, que defendem a nossa liberdade e portanto são crimes especialmente graves que eu espero que não fiquem impunes», afirmou Rui Pereira.

O ministro mostrou-se «sempre ao lado dos polícias (...) sobretudo quando eles estão missão e tem estas dificuldades e sofrem estes ferimentos», mostrando-se confiante «na acção dos polícias para deter estes delinquentes para que sejam submetidos à justiça e devidamente punidos».

Questionado se este incidente pode desmoralizar os agentes, Rui Pereira garantiu que, este domingo, quando visitou a divisão e os agentes, viu «em todos eles, uma grande determinação, para continuar esta luta contra o crime», deixando um apelo aos portugueses para que se mantenham «ao lado» das forças de segurança.

O ministro considerou de «gosto duvidoso» a associação entre o incidente policial e a revisão do estatuto dos polícias, referindo que «o suplemento da condição policial, que é o suplemento que responde ao acto específico de ser polícia».

«O aumento de 14,5 % para 20% implica um aumento de 5,5% na remuneração global dos polícias, mas repito, eu não quero fazer uma associação que parece de um gosto duvidoso entre o que se passou ontem e o suplemento dos polícias», afirmou Rui Pereira.

Segurança rodoviária é um desígnio nacional

Rui Pereira, que falava à margem do seminário «Conheça a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária até 2015», aproveitou para salientar que a «a segurança rodoviária é um desígnio nacional e os sucessos que temos obtido têm de ser atribuídos no conjunto à comunidade».

Relembrando o país está «prestes a alcançar o objectivo traçado pela União Europeia até 2010», que consiste em reduzir para metade o número de mortos, Rui Pereira revelou que no ano passado aconteceram menos mortes nas estradas portuguesas, com uma descida de 854 mortes em 2007, para 776 em 2008, o ministro da Administração Interna afirmou que este melhoramento se deve às iniciativas tomadas pelo Governo durante a legislatura. No ano passado, ficaram feridas com gravidade em acidentes nas estradas 2606 pessoas tendo-se registado 41327 feridos ligeiros.

Para Rui Pereira «a criação da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a criação de conselhos coordenadores distritais de segurança rodoviária, a revisão do código da estrada», que passou a permitir «aplicar a pena acessória de inibição de conduzir» e «a aprovação desta Estratégia de Segurança Rodoviária», foram medidas indispensáveis que conduziram à redução do número de mortes na estrada em 5,5 por cento assim como à redução do número de feridos graves para 2,5 por cento.

«O que é preciso é continuar este combate para que o número de mortos seja cada vez menor, o número de feridos sobretudo graves, seja cada vez menor, para que o número de acidentes seja cada vez menor», relembrou o ministro.

«A tendência de diminuição do número de mortes mantém-se este ano», refere o ministro, acrescentando que, entre 2001 e 2008, Portugal conseguiu reduzir em 47 por cento o número de vítimas nas estradas.



Apesar de estar prestes a reduzir para metade o número de óbitos nas estradas, Portugal estava, em 2008, seis por cento acima da média europeia, segundo refere o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Paulo Marques, salientando que é necessário «reduzir mais a taxa da sinistralidade».
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