Malas de mão nos aviões: o que está a mudar - TVI

Malas de mão nos aviões: o que está a mudar

  • Paulo Delgado
  • 14 jan 2018, 22:52
Ryanair

A partir de segunda-feira, a Ryanair vai meter a bagagem maior no porão, sem custos. Quem queira continuar a viajar com duas malas junto de si, terá de pagar por isso

Falta de espaço nas cabinas dos aviões para acomodar as malas de todos os passageiros e consequentes atrasos nos voos levam a companhia aérea irlandesa de baixo custo a alterar a sua política de bagagens, já a partir de 15 de janeiro.

A partir dessa data, apenas a mala mais pequena de cada passageiro poderá viajar junto a si. As segundas - das que são chamadas malas de cabina, com dimensões 55 x 40 x 20 cm e sem exceder os 10 quilos de peso - serão transportadas no porão dos aviões. Sem custo acrescido, segundo anuncia a companhia, mas obrigando o viajante a ter de esperar que a mesma seja descarregada pelos funcionários do aeroporto de destino.

De acordo com a informação veiculada pela companhia aérea, que está já presente na sua página na internet, a mala mais pequena de cada passageiro, que poderá ser transportada junto de si, deverá ter dimensões não superiores a 35 x 20 x 20 cm, de forma caber debaixo do assento da frente. Exemplos? Uma mala de mão, uma pasta de computador.

A segunda mala que a companhia permite transportar vai obrigar à compra de um plano especial de viagem, com o pagamento antecipado de cinco euros, para quem queira levar consigo essa bagagem na cabina, como acontecia até agora.

O incumprimento resultará no acréscimo de 50 euros por item no portão de embarque e pode também levar a atrasos para todos os passageiros a bordo", avisa a companhia na sua página na internet, sobre o não cumprimento das novas normas em vigor a partir de segunda-feira, que a mesma assegura já terem sido comunicadas aos passageiros com viagens compradas antecipadamente.

Atrasos são problema

Em média, o espaço nos aviões destinado a bagagens de mão é escasso, seja nos aviões da construtora europeia Airbus, seja nos da norte-americana Boeing, que equipam a maioria das companhias de aviação.

Esta nossa nova política é justa e irá acelerar o embarque, eliminando o risco de atrasos nos voos da Ryanair, devido a muitas malas carregadas para bordo", sustentou Kenny Jacobs, porta-voz da companhia à rádio irlandesa NewsTalk.

O responsável fez questão de assegurar que a companhia continuará a permitir o transporte de duas malas por cada passageiro. Mas "a partir de segunda-feira (15 de janeiro de 2018), somente os clientes de Priority Boarding poderão trazer dois sacos de mão para a aeronave".

Todos os outros clientes podem trazer um saco de transporte mais pequeno para bordo, enquanto a segunda mala com rodas, maior, será colocado no porão, sem custos", referiu o responsável da companhia irlandesa de baixo custo.

Outros voos

Os condicionalismos com as bagagens nas cabinas já são uma preocupação para a grande maioria das companhias de baixo custo, incluindo naturalmente as cerca de duas dezenas que operam de e para Portugal.

Na espanhola Vueling, de acordo com a informação disponível na sua página na internet, mantém-se a possibilidade de levar duas malas na cabina:

  • Uma mala não poderá exceder os 10 kg de peso e as medidas 55 x 40 x 20 cm;
  • Pode-se levar uma "outra mala de mão ou mala mais pequena" com medidas máximas de 35 x 20 x 20 cm e um saco adicional com compras feitas no aeroporto". Sendo que "estes devem caber debaixo do assento dianteiro";
  • Se a "bagagem ultrapassar estas medidas, deverá ser entregue no check-in mediante pagamento de um custo adicional";
  • Por fim, informa a companhia, como "o espaço nos compartimentos do avião é limitado", se a mala não couber na cabina, será colocada "no porão (mesmo que cumpra as medidas permitidas) sem qualquer custo adicional".

Já a britânica easyJet permite apemas a "todos os clientes UMA mala de cabina a bordo". "Não existe limite de peso", mas a companhia refere que deve ser "possível elevar a mala para o compartimento superior".

  • Levar uma mala adicional "para colocar sob o lugar" é possível caso o passageiro detenha um cartão easyJet Plus;
  • Adverte-se que o espaço é limitado e "na maioria dos voos não há espaço suficiente para as malas de cabine de todos os passageiros", por isso "se os compartimentos superiores estiverem cheios, poderemos ter de colocar a tua mala no porão do avião";
  • Caso as malas transportadas pelo passageiro "sejam maiores do que o máximo de 56 x 45 x 25 cm (incluindo pegas e rodas), não podem entrar na cabine" e serão colocadas "no porão do avião, mediante um custo".

Quanto à holandesa Transavia, é permitido gratuitamente "por adulto/criança, levar 1 peça de bagagem de mão de no máximo 10 kg".

  • Caso se opte pela tarifa Max, o passageiro "pode transportar 2 peças de bagagem de mão";
  • Consideram-se dois formatos diferentes de bagagem: se a mala tiver dimensões até 45 x 40 x 25 cm poderá sempre  ir na cabina; se tiver até 55 x 40 x 25 cm, em voos com os compartimentos cheios, " o trolley é, então, transportado no porão gratuitamente";
  • A companhia avisa que controla sempre "o peso e o tamanho da bagagem de mão no balcão de check-in ou na porta de embarque" e caso os volumes não cumpram as normas, serão transportados "no porão mediante um pagamento";
  • Neste caso, "na porta de embarque a tarifa é de 40 €" e "só se pode pagar com um cartão de crédito ou débito".

Novos aviões

Além da popularidade e quota de mercado conquistadas pelas low cost, o excesso de bagagens e a demora que tal pode causar nos embarques e desembarques preocupa a generalidade das companhias aéreas. Por exemplo, desde setembro, a portuguesa TAP dá um desconto de 6% no preço nos voos intercontinentais a quem viaje sem bagagem.

Os principais construtores de aeronaves estão entretanto a estudar soluções que aumentem o espaço de carga nas cabinas. Por exemplo, a europeia Airbus promete a partir de 2020, criar armários gigantes nos modelos A320 neo, com espaço a bordo para 95% das malas de mão.

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