Aluna agredida na sala de aula - TVI

Aluna agredida na sala de aula

  • Portugal Diário
  • 27 fev 2008, 17:09
Escola Basica do 2º e 3º ciclo Pedro D'Orey da Cunha (André Kosters/Lusa)

S. João da Pesqueira: jovem ficou a sangrar. Pais não foram informados

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A família de uma aluna da Escola Básica 2/3 e Secundária de S. João da Pesqueira mostrou-se hoje indignada com a atitude do conselho executivo após a jovem ter sido agredida por um colega, numa sala de aula.

Carlos Reis contou à Agência Lusa que a irmã, de 14 anos, foi agredida na cara durante a última aula da passada sexta-feira (de Estudo Acompanhado, nono ano), tendo no fim-de-semana necessitado de assistência médica. «Ela estava a jogar um jogo com uma colega, o agressor não estava a fazer nada, dirigiu-se a elas e virou-lhes o jogo. Elas contestaram, o professor mandou-lhe um berro, e ele agrediu a minha irmã», contou.

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Segundo Carlos Reis, o rapaz, mais velho, foi levado pelo professor para o conselho executivo, enquanto a sua irmã foi com as colegas para a casa de banho limpar o sangue que tinha na cara. «Não se preocuparam em levá-la ao centro de saúde. Sangrou e ficou com a cara toda inchada e o olho negro», contou, acrescentando que, no fim-de-semana, a família teve de a levar ao médico porque, além dos ferimentos, «não se conseguia acalmar».

A família critica também o conselho executivo por, apesar do estado de grande nervosismo em que se encontrava a jovem, não ter contactado os pais para comunicar o sucedido, tendo sido a própria a telefonar ao pai para a ir buscar à escola. Carlos Reis contou que a sua irmã não queria regressar à escola, acabando por o fazer na terça-feira depois de a família a convencer de que era o melhor para si.

Situação «grave, mas pontual»

«O agressor também faltou e regressou ontem (terça-feira) mas, até agora, a escola ainda não tomou qualquer medida. Ele apenas lhe pediu desculpa no próprio dia», contou, preocupado que este episódio vá afectar o desempenho da aluna no período de testes que está a viver.

A família entende que «um pedido de desculpa não é suficiente» numa situação como estas, até porque «pode servir de exemplo» aos restantes alunos. A presidente do conselho executivo da escola, Lídia Gonçalves, confirmou à Lusa este episódio de agressão dentro da sala de aula, que diz ter sido «uma situação grave, mas pontual».

Agressão não justificou intervenção dos pais»

Segundo a responsável, o professor que assistiu à agressão fez a participação e entregou-a ao director de turma, que lhe deu seguimento para o conselho executivo. Dependendo da análise que está a ser feita, o aluno poderá ser obrigado «a actividades de integração na escola ou ser suspenso», referiu.

Lídia Gonçalves disse ter estado com a vítima na sexta-feira e que esta tinha «a cara vermelha e um lenço no nariz», mas que não viu «qualquer espécie de dano» que justificasse a assistência médica, ainda que admita que «estava bastante nervosa». «A aluna quis sair da aula e pediu para ir para casa», contou, acrescentando que também não lhe pareceu «que justificasse a intervenção dos pais».

Lídia Gonçalves afirmou à Lusa que, como a escola não tem um psicólogo, caberá ao director de turma ir «falando e fazendo o acompanhamento possível» da jovem.
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