500 mil casas sem água porque «as pessoas não querem» - TVI

500 mil casas sem água porque «as pessoas não querem»

Água

Cerca de 390 mil outros fogos não são servidos pela rede pública. «Em relação ao saneamento básico, a situação é menos satisfatória»

O presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) revelou que há 500 mil alojamentos em Portugal sem abastecimento de água, embora a rede pública lhes «passe à porta».

A ligação daqueles alojamentos à rede de abastecimento de água não existe porque «as pessoas não querem», afirmou Jaime Melo Baptista, que falava na sessão de encerramento da conferência «A reestruturação do setor da água em Portugal. O papel dos municípios», que decorreu esta quinta-feira em Coimbra, por iniciativa da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA) e da empresa municipal Águas de Coimbra (AdC).

Além daqueles, há cerca de 390 mil outros fogos sem abastecimento de água, mas estes não são servidos, nas suas respetivas áreas, pela rede pública, adiantou o responsável.

A cobertura de abastecimento de água em Portugal «é elevada», mas «o país é pouco uniforme», isto é, há municípios onde 99% dos alojamentos estão ligados à rede pública e outros onde essa taxa é de 27%, referiu Jaime Melo Baptista.

«Em relação ao saneamento básico, a situação é menos satisfatória», considerou o presidente da ERSAR, adiantando que «há um milhão e cem mil alojamentos» cujas áreas onde se localizam não dispõem de rede de saneamento.

Existem cerca de 500 mil alojamentos em Portugal, cujas áreas onde se situam possuem rede de saneamento, mas que «não estão ligados» a ela, pelas mesmas razões que explicam a situação relativamente às não ligações à rede de abastecimento de água.

«Há municípios onde só cerca de um terço dos alojamentos» são servidos pela respetiva rede de saneamento, apesar de esta também lhes «passar à porta».

O facto de as redes de abastecimento de água e de saneamento não estarem ligadas aos alojamentos das áreas que servem é um dos fatores que torna «a sustentabilidade dos operadores mais difícil», sublinhou Jaime Melo Baptista.

Estes dados, hoje revelados pelo presidente da ERSAR, fazem parte da avaliação que esta entidade fez sobre o setor da água e do saneamento em Portugal, que será divulgada no final do mês de março, afirmou.
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