O piloto e o instruendo que tripulavam a avioneta que aterrou na praia de S. João, na Costa de Caparica, matando duas pessoas vão continuar com termo de identidade e residência, após terem sido ouvidos no Tribunal de Almada durante cerca de três horas, nesta quinta-feira.
Concluídos os interrogatórios, que foram conduzidos pelo Ministério Público, os arguidos ficaram sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência", indica o comunicado do Ministério Público enviado às redações.
De acordo com a nota do Ministério Público, os dois arguidos poderão vir a ser acusados de um crime de homicídio por negligência.
As investigações prosseguem, estando em causa a eventual prática de crime de homicídio por negligência", consta no comunicado.
O comunicado acrescenta ainda que, na investigação, "o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária em colaboração com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários".
O processo está em segredo de justiça.
O interrogatório ao piloto e instruendo terminou cerca das 17 horas.
À saída, os dois homens não prestaram declarações e partiram no mesmo carro, numa altura em que ainda não se sabe quem ia a pilotar o Cessna 152.
Recorde-se que, em paralelo, correm dois processos: este, de natureza judicial, no âmbito do Ministério Público, e outro de natureza técnica, levado a cabo pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves.
A aeronave, que realizava um voo de treino, saiu de Cascais e tinha com destino Évora, tendo entrado em contacto com uma torre de controlo reportando problemas. Acabou por aterrar no areal de São João, praia onde se encontravam centenas de pessoas.