José Saramago não deixou passar em branco as declarações que José Sócrates proferiu na quarta-feira à saída do debate da moção de censura do CDS/PP ao Governo, sublinha a agência Lusa.
Na altura, o Primeiro-ministro apontou como exemplo de um erro cometido pelo seu Governo não ter investido mais na área da cultura. Esta quinta-feira, o Prémio Nobel da Literatura disse que as declarações «comprometem» e instou «cada cidadão a recordar e fazer recordar aos políticos essas declarações».
«Um erro que cometi? Não ter apostado mais na cultura»
A «linguagem política é profundamente hipócrita (...) esses senhores confiam muito na nossa falta de memória», afirmou Saramago à chegada à localidade fronteiriça de Figueira de Castelo Rodrigo, a terra que refere no livro «Viagem do Elefante».
«Neste caso e dada a coincidência das declarações do ministro da Cultura e do Primeiro-Ministro, espero que sejam levadas a sério», declarou.
«O Ministério da Cultura tem uma verba ridícula para fazer o que quer que seja. (...) Fico satisfeito com essas declarações, mas considero-as intenções», salientou.
«Espero que a assunção de um erro, que às vezes é necessária, seja acompanhada de propostas concretas», continuou. «Se ficar simplesmente por assumir um erro, isso esquece, principalmente o próprio», rematou.
Cultura? «Não se esqueçam» do que Sócrates disse
- Redação
- AR
- 18 jun 2009, 22:22
José Saramago diz que as declarações «comprometem» e insta os cidadãos a «fazê-las recordar aos políticos»
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