Cerca de oito meses depois do primeiro caso de covid-19 detetado em território nacional, tentámos perceber o que a ciência já sabe acerca da imunidade ao SARS-CoV-2.
No programa "Segunda Vaga" desta terça-feira, procurámos desmistificar se é ou não expectável que os recuperados do novo coronavírus possam estar novamente infetados num futuro próximo.
Henrique Veiga Fernandes, imunologista e investigador da Fundação Champalimaud, explica que existem dois tipos de imunidade: imunidade inata, direcionada para todas as doenças, e a imunidade adquirida, desenvolvida por recuperados de uma patologia.
O especialista garante que já foi comprovada existência de uma imunidade celular adquirida, que varia ao nível dos anticorpos, consoante a gravidade da covid-19 em cada paciente.
Podemos dizer, com toda a certeza, que há imunidade”, garante.
Edimary Sousa é um dos raros casos de reinfeção por covid-19.
A cidadã brasileira explica que ficou infetada no início da primeira vaga e também no principio da segunda onda da pandemia.
Entre os dois testes positivos, decorreu um período pouco maior do que seis meses.
Tive covid-19 duas vezes”, revela.
João Diogo Mota esteve infetado com covid-19, mas não teve qualquer sintoma.
O lisboeta explica que só descobriu que tinha contraído o SARS-CoV-2 meses mais tarde através de um teste serológico.
Para minha surpresa, o teste serológico deu positivo”, confidencia.
Pedro Simões Coelho, professor catedrático da Universidade Nova IMS, revelou que as estimativas matemáticas apontam para cerca de 14 mil casos de covid-19 diários para o final deste mês.
No entanto, o docente lembra que este número não deverá ser atingido graças às medidas de controlo da pandemia que já estão a ser impostas pelo Governo.
O modelo teórico prevê ainda que até ao dia 1 de dezembro existam 471 mil casos registados em Portugal.
Se nada for feito, espera-se 14 mil casos diários no fim do mês", refere.