196 mil portugueses a mais de uma hora do hospital mais próximo - TVI

196 mil portugueses a mais de uma hora do hospital mais próximo

Saúde (Foto Cláudia Lima da Costa)

Entidade Reguladora da Saúde sustenta que novas medidas da troika não afectarão condições dos utentes

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Cerca de 196 mil portugueses estão a mais de uma hora de viagem dos hospitais com financiamento público. De acordo com um relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), citado pela Lusa, as condições de acesso dos utentes aos hospitais não serão prejudicadas pelo acordo com a troika.



«Dada a situação actual identificada no presente relatório, associada à rede hospitalar com financiamento público que se caracterizou, foram reunidas evidências de que haverá margem para a adopção de medidas pelo Governo compatíveis com o sentido das decisões políticas previstas no Memorando de Entendimento celebrado entre a República Portuguesa e a Comissão Tripartida, sem que tais medidas promovam desigualdades no acesso dos utentes», avança.

De acordo com o relatório da ERS sobre a Rede Hospitalar com Financiamento Público, até 29 de Junho de 2011 integravam a rede 116 hospitais (unidades hospitalares), sendo 102 públicos (80 hospitais gerais e 22 especializados) e 14 do sector social.

«Nem todas as populações dos concelhos de Portugal Continental dispõem de um hospital a 60 minutos de tempo de viagem, havendo 25 concelhos (ou nove por cento) sem cobertura até esta referência de tempo, o que significa que as respectivas populações, representativas de 1,9 por cento da população total (cerca de 196 mil residentes), estão localizadas a mais de 60 minutos de viagem em estrada de um hospital geral», refere a ERS.

Mais: existem populações de seis concelhos localizadas a mais de duas horas de viajem de alguns hospitais (Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE e Hospital Garcia de Orta, EPE - Almada), «embora haja outras opções disponíveis a essas populações a menos de duas horas de viagem».

A ERS confessa haver «disparidades excessivas relativas às distâncias das populações até aos hospitais e de que algumas áreas de abrangência não serão adequadas».

A região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta a maior percentagem de múltiplas coberturas de concelhos, seguindo-se as regiões Norte e Centro, Alentejo e Algarve.

No que diz respeito à capacidade, o estudo aponta regiões com rácios de mais de 500 postos de trabalho de médicos por 100 mil habitantes, o que indicia a existência de uma oferta potencialmente redundante, dada a média de 347 médicos por 100 mil habitantes dos países do grupo UE15.



«Verificou-se que tais regiões são abrangidas conjuntamente por 21 hospitais gerais da rede hospitalar com financiamento público, tendo-se identificado igualmente que em alguns concelhos há redundância de especialidades/valências oferecidas por hospitais de mesmo nível hospitalar», adiantou.

Portugal tem um rácio de 2,8 camas por mil habitantes, inferior à média de 3,4 dos países do grupo UE15, mas superior aos rácios de Reino Unido, Irlanda, Espanha, Suécia e Finlândia.
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