Cerveja pode ajudar alguns diabéticos - TVI

Cerveja pode ajudar alguns diabéticos

  • ALM com Lusa
  • 16 mar 2018, 11:59
Álcool [Reuters]

Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde é uma Unidade de Investigação e Desenvolvimento cuja missão é encontrar respostas e soluções, no curto prazo, para problemas de saúde concretos

 Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) foram distinguidos com uma bolsa de cinco mil euros para verificar se a cerveja sem álcool pode reduzir a resistência à insulina em pacientes com diabetes.

A Bolsa Emílio Peres, atribuída pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia, vai financiar este projeto, no âmbito do qual será realizado um ensaio clínico que inclua homens e mulheres com idades entre os 40-75 anos, diagnosticados com diabetes de tipo 2.

Dado que a cerveja é uma bebida fermentada rica em poalifenóis que, em estudos pré-clínicos, melhoraram a sensibilidade à insulina, este projeto pretende avaliar o efeito do consumo moderado de cerveja sem álcool nos níveis de açúcar de indivíduos com diabetes do tipo 2”, esclareceu Conceição Calhau, líder da linha de investigação.

De acordo com esta especialista na área de Nutrição e Metabolismo do Cintesis e professora na NOVA Medical School, em Lisboa, “com este estudo em humanos, pretende-se obter conclusões mais sólidas sobre a utilidade do consumo de cerveja sem álcool nos diabéticos”.

De acordo com os investigadores, o lúpulo, uma planta utilizada pela indústria cervejeira que confere o gosto amargo à cerveja, é rico em polifenóis, como o xanto-humol, que apresenta diversos benefícios para a saúde. Resultados obtidos em estudos pré-clínicos revelaram que o xanto-humol atenua a hiperglicemia.

Contudo, a evidência científica sobre os efeitos do consumo de cerveja no metabolismo e na microbiota intestinal é escassa e, na sua maioria, suportada apenas por estudos em modelos animais ou in vitro”, acrescentam.

Eva Lau, endocrinologista e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que fará as consultas aos diabéticos, salienta que “a alimentação é o fator que mais influencia a composição do microbiota intestinal. Estudos anteriores mostram que modificações nos hábitos alimentares levam a alterações visíveis na composição do microbiota intestinal logo após 24 horas”.

A equipa de investigação inclui ainda André Rosário, Diana Teixeira, Diogo Pestana, Ana Faria e Davide Carvalho. Os doentes serão recrutados no Hospital de São João do Porto e as análises à microbiota serão realizadas na NOVA Medical School, em Lisboa.

Os investigadores do Cintesis e da Universidade Nova de Lisboa estão também a desenvolver um outro estudo sobre os efeitos do consumo moderado da cerveja na saúde, para o qual procuram voluntários.

Neste projeto, o grupo pretende avaliar o efeito do consumo de cerveja na microbiota intestinal (flora intestinal), no perfil metabólico e lipídico em indivíduos saudáveis, sendo liderado pela investigadora e especialista em Nutrição e Metabolismo do Cintesis Conceição Calhau.

Para desenvolver este estudo, a equipa está à procura de 30 voluntários saudáveis, do sexo masculino, entre os 18 e os 65 anos de idade, que estejam dispostos a consumir uma cerveja por dia, com e sem teor alcoólico (5,20%, 0,45% e 0% de álcool), durante quatro semanas.

O Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde é uma Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) cuja missão é encontrar respostas e soluções, no curto prazo, para problemas de saúde concretos, sem nunca perder de vista a relação custo/eficácia.

Sediado na Universidade do Porto, o Cintesis beneficia da colaboração das Universidades Nova de Lisboa, Aveiro, Algarve e Madeira, bem como da Escola Superior de Enfermagem do Porto.

No total, o centro agrega mais de 500 investigadores, em 23 grupos de investigação que trabalham em 3 grandes linhas temáticas.

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