Cirurgias: 48 unidades privadas contra «espera» - TVI

Cirurgias: 48 unidades privadas contra «espera»

  • Portugal Diário
  • 9 nov 2007, 18:29

Algumas unidades são espanholas e pretendem «diminuir» as listas de espera

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O programa de combate às listas de espera de cirurgia possibilita aos utentes utilizar 48 unidades privadas, entre elas, as de um grupo multinacional com instalações em Badajoz e Cáceres, segundo aviso do Ministério da Saúde publicado em Diário da República, noticia a Lusa.

O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) prevê o recurso a unidades privadas e sociais de saúde, através da emissão de um «vale-cirurgia» quando o Sistema Nacional de Saúde (SNS) não dá resposta durante quatro meses, em casos de doentes prioritários, e nove meses nas outras situações.

Os doentes mais urgentes têm um mês para usar esse vale, enquanto os restantes podem recorrer a unidades convencionadas num prazo máximo de três meses.

Na lista hoje divulgada, consta a convenção do grupo multinacional Capio Sanidad com as Administrações Regionais de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Alentejo.

Os actuais consultórios do grupo em Portugal, em cidades como Lisboa, Évora e Beja, servem apenas para consultas preparatórias e posteriores às intervenções cirúrgicas.

«É nossa estratégia colmatar os problemas de distâncias e oferecer as consultas em Portugal e só há necessidade de deslocação a Espanha para as intervenções cirúrgicas. A verdade é que às vezes um doente tem que percorrer mais quilómetros quando se desloca de uma localidade do interior para Lisboa do que num percurso entre Lisboa e Badajoz», disse o delegado do grupo em Portugal, Adelino Bento.

Nos inquéritos feitos aos doentes operados nas unidades deste grupo percebe-se que os portugueses costumam procurar o país vizinho por indicação de conhecidos: «Há pessoas que são aconselhadas por amigos ou vizinhos que lhes dizem que vale a pena a deslocação ou chegam por indicação de médicos. Há outros que acham interessante esta oportunidade de serem operados em Espanha», precisou.

As intervenções cirúrgicas mais requisitadas são as de ortopedia, oftalmologia e cirurgia plástica.

A colaboração da empresa, com sede na Suécia, com o Ministério da Saúde já acontecia no anterior programa de combate às listas de espera, o Programa Especial de Combate às Listas de Espera Cirúrgicas (PECLEC).

«Na altura tínhamos uma contratualização com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo e a procura era maior, uma vez que eram contratualizados números de cirurgias a efectuar. Actualmente o utente é quem escolhe a unidade», explicou.

Até agora, e no total dos dois programas, deverão ter sido encaminhados para Espanha 1.800 doentes portugueses. Ao abrigo do SIGIC esse número deverá rondar os 200 pacientes.

Na área do Alentejo, segundo o responsável, a procura tem vindo a diminuir, na sequência das respostas do sistema público, mas esperam um crescimento de clientes oriundos da região da Grande Lisboa.

«No Centro, as expectativas são mais baixas porque a distância é maior, mas a população mais próxima da fronteira, como Castelo Branco ou Guarda, pode optar por ir a Espanha», anteviu Adelino Bento.

O Grupo Capio Internacional está presente em nove países europeus.

O aviso hoje publicado em Diário da República surge ao abrigo do despacho do Governo de 2004 que indicava que «com o objectivo de garantir a livre escolha do utente será publicada em Diário da República uma relação das entidades convencionadas, a qual é também afixada em local bem visível nos denominados hospitais de origem».
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