O British Medical Journal publicou, nesta quarta-feira, dois estudos distintos que apontam o consumo de comida processada como fator de risco que pode conduzir a uma morte prematura. Alimentos como bolachas, doces ou refrigerantes estão no grupo de alimentos que é considerado mais perigoso.
Os estudos, da autoria de duas equipas de França e Espanha, reforçam a tese de que os alimentos altamente processados podem conduzir a complicações várias de saúde, tais como cancro, obesidade ou tensão arterial elevada.
O estudo francês, da Universidade de Paris, seguiu mais de 105 mil pessoas ao longo de cinco anos, tendo em conta elementos como a idade, o sexo ou o facto de os participantes no estudo serem ou não fumadores. Após análise, a investigação constatou que a população que consumia alimentos altamente processados tinha maior risco de desenvolver acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos ou outros problemas cardiovasculares.
O estudo espanhol, da Universidade de Navarra, aponta que as pessoas que comeram alimentos altamente processados em demasia (quatro porções por dia) tinham 62% de probabilidade de vir a morrer prematuramente. A investigação espanhola dividiu os alimentos em quatro grupos, consoante os níveis de risco. O primeiro grupo incluiu comida não processada ou com nível muito reduzido de processamento, onde se incluem frutas, vegetais ou iogurte natural. Este conjunto caracteriza-se por não ter adição de açúcar, sal ou gorduras saturadas. O segundo grupo inclui os alimentos do primeiro, com algumas alterações, como a adição de conservantes. O terceiro grupo já engloba um nível de processamento mais elevado e refere-se a comida enlatada, queijos ou pão fresco. O último grupo inclui os alimentos altamente processados, caso das bolachas, refrigerantes ou sopas enlatadas.
A comida processada provém essencialmente de ingredientes industriais, mistura de amidos, açúcares e gorduras saturadas. Este tipo de alimento engloba as refeições pré-cozinhadas, gelados ou fast food.
This study found that a higher consumption of ultra-processed foods (>4 servings daily) was independently associated with a 62% relatively increased hazard for all cause mortality https://t.co/JzTGaogB9I
— The BMJ (@bmj_latest) May 30, 2019