Crise e desemprego contribuíram para recaídas de antigos consumidores de droga - TVI

Crise e desemprego contribuíram para recaídas de antigos consumidores de droga

Droga

 Quem o diz é o presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), João Goulão, que esteve, esta terça-feira, na comissão parlamentar de Saúde

O período de crise económica e o aumento do desemprego tiveram impacto no consumo de drogas, nomeadamente em recaídas por parte de antigos consumidores. Quem o diz é o presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), João Goulão, que esteve, esta terça-feira, na comissão parlamentar de Saúde.

“Houve um elevado número de pessoas que viram desmoronar a sua vida como um baralho de cartas”, afirmou João Goulão, referindo-se a muitos dos desempregados gerados pela crise económica e financeira dos últimos anos.

Pessoas com fraca resistência à frustração e que buscam nas substâncias ilícitas um alívio do sofrimento começaram a regressar aos consumos, admitiu o responsável em declarações aos deputados, durante a comissão parlamentar de Saúde, onde foram apresentados os relatórios anuais de 2015 referentes ao álcool e às drogas.

João Goulão não tem dúvidas de que a “crise teve impacto” nas reincidências, havendo até pessoas que se “viraram para atividades de tráfico [de droga] como forma de subsistência”.

O “período duríssimo de vida” que o país atravessou afetou as camadas mais vulneráveis da população e o presidente do SICAD reconhece que “há uma população crescente” a consumir em “contextos de desorganização” à semelhança dos tempos do Casal Ventoso nas décadas de 80 e 90 do século passado.

João Goulão adiantou que o recrudescimento do consumo estará ligado sobretudo à heroína e à cocaína.

Contudo, sobre a globalidade do relatório anual das drogas referente a 2015, o responsável considerou que as tendências genéricas “são animadoras”, apontando para uma “eficácia das intervenções” e para um aumento da consciencialização da sociedade para a perigosidade das drogas.

A cannabis continua a ser a substância ilícita mais consumida em Portugal, em relação à qual continua a haver muita “complacência social”, apesar de não estar isenta de riscos.

Aliás, João Goulão lembrou que houve um aumento das situações de motivaram idas às urgências (como crises do foro ansioso) ligadas ao consumo de cannabis.

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