«Crise não é razão» para substituir medicamentos - TVI

«Crise não é razão» para substituir medicamentos

Medicamentos

Ministra da Saúde afirma que Governo «poderá intervir» se medicamentos forem substituídos contra vontade dos médicos

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A ministra da Saúde considera que a crise económica não justifica a substituição de medicamentos por genéricos nas farmácias, como propõe a Associação Nacional de Farmácias (ANF), e garante que a tutela acompanhará o processo e «poderá intervir», avança a Lusa.

Ana Jorge comentou desta forma a proposta, divulgada quarta-feira, do presidente da ANF de que estes estabelecimentos poderão substituir medicamentos por genéricos mais baratos, mesmo quando prescritos por médicos que se opõem à substituição do fármaco receitado.

Para a ministra, que é médica e falava esta quinta-feira aos jornalistas no final da tomada de posse de 22 directores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a crise não justifica esta medida.

O presidente da ANF, João Cordeiro, afirmou quarta-feira que esta é uma solução para combater a crise.

«Existem já cerca de 230 mil doentes portugueses que foram forçados, devido à crise económica, a abdicar da terapêutica recomendada», disse João Cordeiro, lembrando outros que «apenas mantêm os seus tratamentos porque as farmácias lhes concedem crédito».

Medida como resposta à crise

Em resposta ao «estado de crise que afecta grande parte dos doentes portugueses», a ANF decidiu avançar com a medida que consiste na possibilidade dos doentes escolherem o medicamento mais barato, adiantou.

Para Ana Jorge, «a crise não é a razão» para esta medida, preconizada pela ANF e que merece a oposição das Ordem dos Médicos e da qual já se desmarcou a Ordem dos Farmacêuticos.

A ministra considera que a baixa do preço dos medicamentos, que o Governo realizou nos últimos tempos, é que é uma medida que «melhora o acesso das populações aos medicamentos».

Ana Jorge afirma que o governo está a acompanhar o assunto e que irá garantir que «os cidadãos não sejam prejudicados pelo conflito que opõe a ANF, a Ordem dos Médicos e a dos Farmacêuticos».

Questionada sobre as medidas que o Ministério da Saúde irá encetar no caso das receitas serem substituídas contra a vontade dos médicos, Ana Jorge não especificou, garantindo apenas que «poderá intervir».

«Temos de analisar os instrumentos para cumprir a lei», disse.
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