A Direção-geral da Saúde (DGS) considera sem fundamento a acusação do bastonário da Ordem dos Médicos de que aquele organismo tem a trabalhar pessoas ligadas a associações que são contra a vacinação.
Não tem qualquer fundamento" essa acusação, disse à agência Lusa o diretor-geral da Saúde, Francisco George.
O responsável adiantou que no dia 23 de junho se encontrou com o bastonário e com representantes do Centro, Sul e Norte da Ordem dos Médicos, iniciando "um processo de diálogo" sobre diversas matérias, entre elas as vacinas.
Numa entrevista à agência Lusa divulgada esta sexta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, acusou a DGS de ter a trabalhar pessoas ligadas a associações que são contra a vacinação quando este organismo tem a obrigação de defender a saúde pública e de recomendar fortemente as vacinas.
Ouvido esta sexta-feira pela Lusa, Francisco George disse que o processo de diálogo iniciado a 23 de junho decorreu "de forma tranquila", ainda não terminou e "aparentemente não há divisões de fundo".
Na entrevista à Lusa, o bastonário defendeu ainda que o Governo já devia ter apresentado queixa no Ministério Público contra associações que fazem publicidade contrária às vacinas.
Está a acontecer um fenómeno sobre o qual o Governo nada está a fazer, que é a publicidade que está a ser feita sobre a questão da vacinação por algumas instituições. Não podemos aceitar que, por exemplo, a chamada Sociedade Portuguesa de Homeopatia passe a mensagem para os portugueses de que as vacinas são más. E estou a ser simpático, porque o que dizem sobre vacinas é absolutamente pavoroso”, afirmou o bastonário.
Segundo Miguel Guimarães, a Ordem pode mesmo, “num futuro muito curto”, equacionar a parceria que tem com a DGS em relação à elaboração de normas de orientação clínica, recomendações que funcionam como instrumentos de apoio à decisão clínica.