Em quatro anos, mais de três mil médicos pediram reforma antecipada - TVI

Em quatro anos, mais de três mil médicos pediram reforma antecipada

Hospital [Foto: Lusa]

Número foi avançado, esta quarta-feira, Federação Nacional dos Médicos, que também alertou para a emigração de clínicos sem precedentes na história do país

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Mais de três mil médicos pediram reforma antecipada desde 2011, muitos para continuarem a trabalhar no privado, segundo dados da Federação Nacional dos Médicos, que alerta ainda para a emigração de clínicos sem precedentes na história do país.

Numa conferência de imprensa em que realizou um balanço dos últimos quatro anos de governação na área da saúde, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) mostrou preocupação com o abandono de profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), quer por via da emigração como através de reformas antecipadas.

É um êxodo de médicos nunca visto no nosso país. Nem no período da Guerra Colonial houve tantos médicos a saírem para outros países. Não porque no seu país não tivessem emprego, mas porque estavam a ser mal tratados, mal remunerados e sem perspetivas de progressão. São centenas e centenas de médicos”, afirmou Mário Jorge Neves, dirigente da FNAM


Trata-se, disse, de uma “autêntica fuga de cérebros”, com a saída de “pessoas altamente qualificadas”. Porque, segundo Mário Jorge Neves, não são apenas os profissionais em início de carreira a emigrar, havendo alguns que atingiram mesmo o topo da carreira médica.

Merlinde Madureira, presidente da FNAM, sublinhou ainda que, no caso dos jovens médicos, há muitos países “ávidos de contratar” portugueses, como os países nórdicos, que chegam mesmo a oferecer propostas de contrato antes de acabarem a especialidade.

Já no caso do abandono do SNS para o setor privado, a presidente da FNAM considera que são os médicos mais experientes ou diferenciados que mais têm oportunidades, muitos recorrendo à reforma antecipada para continuar a exercer apenas no privado.

Merlinde Madureira sublinha que as reformas antecipadas não estão a ser usadas para os médicos deixarem de trabalhar, mas antes para abandonarem o setor público.

“Queremos desmistificar aquilo que parece ser tudo rosas num Ministério onde, realmente, predominam os espinhos”, referiu a dirigente sindical.
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