Enfermeiros ameaçam «radicalizar» luta

O coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses disse esta sexta-feira, no final de uma manifestação que reuniu cerca de 15 mil profissionais em Lisboa, esperar que o Governo não empurre a classe para formas de luta mais radicais.

«Era importante que o Governo aproximasse as suas posições das propostas sindicais para que de facto os enfermeiros não venham a radicalizar as formas de luta», disse José Carlos Martins.

O representante sindical afirmou que a proposta do Ministério da Saúde que está em cima da mesa refere uma remuneração de 1020 euros até 2014/2015, com os enfermeiros a ganhar 1200 euros a partir dessa data. Já a proposta do sindicatos é de 1500 euros.

«Negociar implica cedência de ambas as partes», defendeu o sindicalista. Caso não cheguem a um consenso, os enfermeiros admitem, entre uma das várias formas de luta, a hipótese de paralisar os blocos operatórios durante algum tempo.

Para o sindicalista, não é possível ter enfermeiros a prestar bons cuidados de saúde enquanto são «maltratados como estão a ser agora». José Carlos Martins lembrou que o Governo legislou que os técnicos superiores licenciados «como os enfermeiros» ingressariam na actividade com 1200 euros e que outros corpos especiais ingressariam com cerca de 1500 euros. «Além da questão do valor económico, é a questão da dignificação da profissão, da valorização do papel dos enfermeiros dentro de um quadro legal que o próprio Governo legislou», referiu.