Enfermeiros anunciam «mais greves e manifestações» - TVI

Enfermeiros anunciam «mais greves e manifestações»

Protesto de enfermeiros

Acusam o Governo de protelar a aprovação da alteração ao Estatuto da Ordem e da revisão da carreira de enfermagem

Os enfermeiros preparam-se para encetar «mais greves e mais manifestações», pelas quais responsabilizam o Governo por protelar a aprovação da alteração ao Estatuto da Ordem e da revisão da carreira de enfermagem, escreve a Lusa.

O aviso foi esta terça-feira deixado pela Ordem e por quatro sindicatos de Enfermeiros, numa conferência de imprensa em que anunciaram que a greve marcada para sexta-feira deverá ter continuidade e ser seguida de protestos «mais radicais».

Sem legislação

Os enfermeiros criticam a ministra da Saúde, Ana Jorge, por esta se ter comprometido com a alteração do Estatuto da Ordem dos Enfermeiros, capaz de «reforçar as condições da regulação profissional», sem que este compromisso se tenha traduzido em legislação.

Estes profissionais criticam ainda o facto de a revisão da carreira de Enfermagem entre os sindicatos e o Ministério da Saúde estar «bloqueada pelos sucessivos adiamentos das negociações por parte do Ministério, não apresentando o mesmo as respectivas propostas com que se comprometeu em 29 de Dezembro».

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros anunciou ainda que este organismo entregou hoje uma carta ao primeiro-ministro a «solicitar uma audiência urgente, no sentido de serem tomadas as medidas necessárias para que seja rapidamente aprovada a alteração estatutária».

Crescente instabilidade na saúde

Os enfermeiros não têm dúvidas: o protelamento das decisões do governo nesta área será «progressivamente factor de crescente instabilidade nos serviços de saúde, com consequências nefastas para a qualidade e segurança dos cuidados».

A falta de profissionais também preocupa as organizações, segundo as quais a Rede de Cuidados Continuados e Integrados espelha em esta realidade.

«A ordem dos Enfermeiros sabe que a média dos enfermeiros nas Unidades de Convalescença ronda os 14,8 ou 15,6 em tempo parcial, correspondendo a oito enfermeiros a tempo inteiro, número manifestamente insuficiente para elaborar e assegurar uma escala permanente», lê-se num comunicado.

Para já, os enfermeiros não especificam como é que vão endurecer as formas de luta. José Carlos Martins, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), deixa o aviso: «Mais greves e mais manifestações».
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