Escola: Felgueiras culpa produtos de limpeza - TVI

Escola: Felgueiras culpa produtos de limpeza

Pais encerram maior estabelecimento de ensino porque os filhos adoecem e criticam Fátima

A câmara municipal de Felgueiras atribui aos produtos de limpeza usados na escola primária de Felgueiras, a causa do cheiros que podem ter provocado o adoecimento de alguns alunos.

Em comunicado aos encarregados de educação, que data de Janeiro de 2009, Fátima Felgueiras revela que, através da análise do pavimento e do ar, levado a cabo pelo Centro de Saúde Ambiental e Ocupacional do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, da Delegação do Centro de Saúde de Felgueiras e da firma Forbo, foi «recomendada a alteração dos produtos de limpeza, completamente desadequados, bem como o arejamento das salas de aula para garantir a libertação dos cheiros provocados pela utilização indevida e prolongada dos referidos produtos de limpeza».

O comunicado acrescenta que a Câmara teve «oportunidade de confirmar o incumprimento por parte da escola» que tem continuado a «utilizar produtos abrasivos com amoníaco completamente inconvenientes e desadequados. Paralelamente não têm assegurado o arejamento que por acrescidas razões seria devido».

A Câmara de Felgueiras está «ciente de que o diagnóstico é seguro» e procederam à «monitorização rigorosa da situação» com a certeza de que este é «um problema que não criámos, a que nunca virámos costas e que, por isso mesmo, não aceitamos que nos seja imputado».

Os pais dos alunos da escola de Moutelas, que esta quinta-feira não autorizaram os filhos a frequentar as aulas, acusam a presidente de Câmara de nada fazer para pôr termo aos problemas de saúde dos filhos.

Os encarregados de educação, que se concentram à entrada da escola acompanhados dos seus filhos, alegam que as crianças estão a adoecer devido a condições deficientes do estabelecimento.

A Associação de Pais da Escola de Moutelas argumenta que em várias salas de aulas do estabelecimento, os alunos e professores sentem cheiros intensos provavelmente com origem no material do pavimento.

Hoje, à entrada da escola foram afixados vários cartazes com as frases «como podemos ser felizes na escola onde nem o ar se pode respirar» e «queremos uma escola não uma prisão».

Joaquim Lemos, pai de um menino que frequenta o primeiro ano, disse que o filho começou a apresentar manchas no corpo.

«O médico disse inicialmente que era uma micose e medicou a criança. Dias depois, porque o miúdo não melhorava, acabou por receitar um medicamento com cortisona. Só assim melhorou», contou.

O encarregado de educação, que também integra a associação de pais, lamentou que a autarca Fátima Felgueiras não tenha estado esta manhã na escola para ouvir os encarregados de educação.

«A senhora presidente devia estar aqui a dar a cara, porque são crianças e professores que estão em risco», afirmou.

Entretanto, os líderes dos dois partidos da oposição em Felgueiras, PSD e PS, acusam a presidente da Câmara de indiferença para problema de saúde que afecta as crianças da maior escola primária da cidade.

João Sousa, do PSD, e Eduardo Bragança, do PS, solidarizaram-se esta manhã com os pais dos cerca de 430 alunos da escola de Moutelas, que não autorizaram os filhos a frequentar as aulas.

João Sousa, líder do PSD (maior partido da oposição) esteve junto à escola e disse que estava indignado por a autarquia ter deixado evoluir o problema «até os pais perderem a paciência».

Já o líder do PS, Eduardo Bragança, disse à Lusa que acompanha o processo há algum tempo, criticando Fátima Felgueiras pela forma como o tem conduzido.

O presidente da Associação de Pais da Escola de Moutelas, António Faria, disse que a presidente da Câmara, Fátima Felgueiras, convidou aquela associação para uma reunião na próxima terça-feira, para debater o assunto.

No entanto, António Faria referiu que a decisão de fechar a escola se mantém até sexta-feira, último dia de aulas antes das férias da Páscoa.
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