Escolas vão incluir a temática do cancro da pele nos seus currículos - TVI

Escolas vão incluir a temática do cancro da pele nos seus currículos

(LUSA)

Medidas aprovadas por unanimidade pela Assembleia da República incluem, também, a formação dos médicos de família e mais fiscalização aos solários

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 As escolas vão incluir a temática do cancro da pele nos seus currículos, os médicos de família vão ter formação em dermatologia e a fiscalização aos solários vai ser apertada, revelou à Lusa a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.

Estas são algumas das medidas aprovadas por unanimidade pela Assembleia da República, a serem apresentadas na terça-feira, e que visam reforçar o combate ao cancro da pele, disse à Lusa Osvaldo Correia, secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), organização que celebra 30 anos.

O trabalho desenvolvido pela APCC ao longo dos anos, que incluiu várias audições na comissão parlamentar de saúde, “culminou com aprovação por unanimidade, pelos diferentes grupos parlamentares, de um conjunto de oito medidas que vão abranger a prevenção primária e secundária”, afirmou.

Entre as medidas contam-se “a prevenção em ambiente escolar, com o comprometimento de incluir a temática nos currículos escolares, e o reforço de divulgação de informação dos índices de UV (ultravioletas)”, acrescentou.

Será também criada uma base de dados para registo nacional de todos os doentes com melanoma e todos os laboratórios serão obrigados a notificar à tutela e aos Registos Oncológicos Regional todas as formas de cancro de pele, para se conhecerem os números reais.

Outras das medidas previstas são o reforço da formação específica em dermatologia dos médicos de família, para “introduzir a vigilância da população em geral, estimulando-a a fazer o auto exame”, assim como o aumento da acessibilidade dos cidadãos a consultas de dermatologia nos hospitais e ao tratamento de cancros diagnosticados.

A fiscalização dos solários vai ser reforçada, porque estes centros de bronzeamento artificial “ainda passam a ideia de uma coisa saudável, mas têm tempos prolongados e comprovadamente cancerígenos, explicou Osvaldo Correia, sublinhando que “o solário está para a pele como o tabaco está para o pulmão”.

O responsável lamenta, a este propósito, que a abolição dos solários seja reconhecida como indispensável na Austrália, mas que a Europa ainda esteja na restrição.

No dia 20 de maio, Dia do Euromelanoma, para além das várias campanhas de sensibilização a desenvolver em pareceria com as autarquias, cerca de 40 serviços de dermatologia de todo o país vão realizar rastreios dos vários tipos de cancros de pele, dirigidos em particular a pessoas de risco.

Este grupo inclui pessoas de pele clara, adultos que sofreram queimaduras solares quando jovens, pessoas expostas ao sol, desde trabalhadores a desportistas, com antecedentes familiares de cancro de pele ou com sinais suspeitos.

Segundo Osvaldo Correia, estima-se que os cancros de pele vão continuar a aumentar e a previsão aponta para o surgimento de mais de 12 mil novos cancros de pele e mil novos casos de melanoma (a forma mais perigosa e mortal de cancro de pele) ao longo deste ano.

Em 2014 foram rastreadas 1.663 pessoas, a maioria mulheres, das quais apenas 32% já tinham efetuado anteriormente rastreio e 31% afirmaram ter atividade profissional ao ar livre.

Foi feito um diagnóstico clínico de sinais atípicos a 317 pessoas, das quais 112 possuíam queratoses actínicas (percursores potenciais de um tipo de cancro de pele), 16 apresentaram suspeita de melanoma e 73 suspeita de carcinomas.
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