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Faro: «Urgências não são ideais»

Ana Jorge e José Sócrates

Ministra da Saúde, Ana Jorge, reconhece a existência de problemas

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A ministra da Saúde admitiu esta sexta-feira que as condições das urgências do Hospital de Faro não são as ideais, mas apelou ao empenhamento de todos para serem ultrapassadas as «dificuldades», após uma visita ao espaço, escreve a lusa.

O novo serviço de urgências do Hospital de Faro começou a funcionar este mês, mas as macas acumuladas nos corredores com doentes durante vários dias mantiveram-se, à semelhança do que acontecia nas antigas urgências, o que provocou críticas de alguns dos médicos que há um ano pediram a demissão e continuam demissionários.

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Ana Jorge visitou esta sexta-feira o novo espaço para falar com os profissionais e doentes «in loco», mas preferiu não ser acompanhada pela comunicação social para preservar a «individualidade dos doentes».

«A minha visita aqui foi para constatar e para verificar in loco e falar com alguns profissionais e doentes. Mas gostaria de o fazer respeitando a individualidade do doente. Eu sou uma profissional de saúde, e foi nesse sentindo que pedi para não me acompanharem», justificou Ana Jorge à saída do novo espaço de urgências de Faro.

«Não iriam encontrar nada menos bom, ou que pudesse ser manchete e notícia. Seria até um momento tranquilo para verem», acrescentou Ana Jorge.

Ultrapassar dificuldades

À saída do novo espaço das Urgências do Hospital de Faro, a ministra da Saúde admitiu que as condições dos médicos não são as ideais, mas apelou ao empenhamento de todos para ultrapassar as «dificuldades».

«As condições com que nós [médicos] trabalhamos têm algumas dificuldades, mas se houver uma colaboração e mais empenhamento entre todos é mais fácil ultrapassar as dificuldades que encontramos no dia a dia», afirmou.

A ministra da Saúde disse ainda que encontrou espaços que «dignificam o serviço de urgência» e louvou o «grande esforço» que o Hospital de Faro tem feito para melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde.

«Encontrei espaços que dignificam o Serviço de Urgências, nomeadamente espaços para os profissionais trabalharem e discutirem os doentes e poderem também repousar durante o serviço de urgência. Encontrei espaços melhores para os doentes (...), quartos de isolamento, casas de banho em condições, espaço reservado especificamente para dar notícias menos boas», enumerou Ana Jorge.

Situação de ruptura

A 2 de Novembro de 2007, 19 dos 20 chefes de equipa da área médica do Hospital de Faro apresentaram a demissão em bloco como forma de protesto contra a sobrelotação das urgências e das condições a que estavam sujeitos os doentes, mas a situação actual é de ruptura, denunciou esta semana à Agência Lusa um dos médicos.

O Hospital de Faro já afirmou que pretende deixar de ter doentes em macas nos corredores em 2010, mas para já há pacientes nessa situação três e quatro dias seguidos, embora o prazo máximo definido no Serviço de Observação seja de 72 horas.

Os médicos continuam demissionários e ainda não houve renomeação da parte da administração do Hospital Central de Faro, mas, segundo Helena Gomes, directora clínica do Hospital de Faro, essa situação vai ser resolvida «em breve», como adiantou quarta-feira aos jornalistas.
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