Legionella: Adubos de Portugal diz que fez análises e foram sempre negativas - TVI

Legionella: Adubos de Portugal diz que fez análises e foram sempre negativas

Legionella (LUSA)

«Desde 2012, foram realizadas, por laboratórios acreditados, cinco análises de despistagem de ‘legionella’ nas torres de arrefecimento da fábrica de Alverca e todas revelaram resultados negativos», diz um comunicado da empresa.

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 A Adubos de Portugal (ADP) garante que, desde 2012, faz análises à "legionella"' duas vezes por ano, tendo a última sido realizada em maio, e que os resultados têm sido sempre negativos e remetidos para as autoridades competentes.

Segundo fonte oficial da empresa, a «ADP Fertilizantes cumpre de forma rigorosa a lei e as recomendações decorrentes da sua licença ambiental» e vai «mais além, ao realizar análises duas vezes por ano, quando bastava uma».

Legionella nas torres de refrigeração infetou doentes

A mesma fonte lembrou que a lei não especifica quantas vezes devem ser feitas as análises, mas que existe uma MDT (Melhores Técnicas Disponíveis), que pode ser consultada no site da Agência Portuguesa do Ambiente, que recomenda que sejam feitas anualmente entre uma e quatro análises específicas à presença de ‘legionella’.

«Desde 2012, respeitando as melhores técnicas disponíveis para este tipo de indústria, foram realizadas, por laboratórios acreditados, cinco análises de despistagem de ‘legionella’ nas torres de arrefecimento da fábrica de Alverca e todas revelaram resultados negativos», diz um comunicado da empresa.

«A última análise foi feita em maio e estava previsto fazer agora a segunda deste ano, em novembro», disse a mesma fonte, acrescentando que as «autoridades foram informadas dos valores apurados».

Na sexta-feira à tarde, durante a apresentação de um relatório sobre o trabalho desenvolvido desde que foi detetado o surto de ‘legionella’ em Vila Franca de Xira, ficou reforçada a probabilidade de a fonte do surto estar numa torre de refrigeração da ADP.

Aos jornalistas, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse que, numa torre de uma empresa – sem nunca especificar nomes -, «havia uma forte indicação de que podia ser a fonte de contaminação» e que, «passados os testes laboratoriais adicionais», existe uma «probabilidade ainda mais forte daquela torre ter uma coincidência com a bactéria identificada nas pessoas doentes».

Na terça-feira, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e da Energia, Jorge Moreira da Silva, tinha apontado a ADP como provável fonte do problema, tendo anunciado uma ação inspetiva extraordinária relativamente àquela empresa, para averiguação de eventual crime ambiental por libertação de «microrganismos no meio ambiente».

Ainda durante a apresentação do relatório, o inspetor-geral do ambiente, Nuno Banza, revelou que, em 2013 e em 2014, a ADP enviou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) relatórios ambientais relativos, respetivamente, a 2012 e 2013, nos quais deveria reportar todas as situações relevantes, e que a Agência (APA) não reportou nenhuma situação de incumprimento à inspeção-geral do Ambiente (IGAMAOT).

No dia 07 de novembro foi detetado um surto de ‘legionella’ em Vila Franca de Xira, que até ao momento já causou sete mortos e 316 doentes.

A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.
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