Mais utentes nas urgências do Hospital de Torres - TVI

Mais utentes nas urgências do Hospital de Torres

Saúde (arquivo)

Lourinhã: Utentes vão mais à urgência, desde que o SAP fechou

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A afluência da população da Lourinhã à urgência do Hospital de Torres Vedras aumentou mais de 10 por cento, após o fecho do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) e a diminuição do número de médicos no centro de saúde local.

Dados disponibilizados à agência Lusa pelo Centro Hospitalar de Torres Vedras revelam que em 2008 acorreram à urgência 12.044 cidadãos oriundos da Lourinhã, mais 1.768 que em 2007.

Queixas dos utentes

Um ano depois de a câmara municipal e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) terem assinado um acordo com medidas que compensavam o encerramento do SAP, o presidente da autarquia, José Manuel Custódio (PS), disse à Lusa que tem recebido queixas de utentes relativas à degradação de serviços de saúde.

«O principal problema é a falta de consultas de recurso», apontou o autarca, porque «houve médicos que se reformaram sem que tenham vindo novos», ao contrário do que previa o documento.

Por outro lado, «o horário do atendimento complementar não está a ser bem cumprido», uma vez que funciona nos dias úteis das 15:00 às 22:00, quando o protocolo estipulava o horário das 08:00 às 22:00.

Menos médicos

A ARSLVT reconheceu os problemas e justificou-os com a falta de médicos. Dos 13 médicos existentes há um ano no centro de saúde, quatro aposentaram-se e mantêm-se nove, acrescidos de mais um de uma empresa privada que assegura de segunda a sexta-feira o atendimento complementar.

A redução de médicos veio aumentar para o dobro os utentes sem médico de família, que passaram de 4.352 em Dezembro de 2007 para os actuais 10.354, segundo dados da ARSLVT.

Em contrapartida, a ARSLVT informou ter criado uma consulta de recurso, entre as 08:00 e as 15:00, durante três dias por semana.

Encerramento não foi compensado com consultas

Dados divulgados demonstram todavia que o encerramento definitivo do SAP não foi compensado com consultas, uma vez que o total de atendimentos no centro de saúde desceu de 103.717 para 88.576, embora as consultas junto do médico de família tenham subido (72.725 em 2007 para 74.063 em 2008).

«Os utentes têm mais dificuldades em aceder a uma consulta porque com o SAP havia sempre alguém que os atendesse», sublinhou António José Onofre, presidente da Associação de Freguesias do concelho, que chegou a organizar uma manifestação popular em protesto contra o encerramento do SAP.

Bombeiros com mais serviços

Prova disso, segundo os bombeiros voluntários, é o aumento de serviços de «120 a 140» há um ano para os actuais «200 a 220» a caminho da urgência de Torres Vedras, que fica a 20 minutos.

Para o comandante Carlos Pereira, há situações como uma «dor de dentes ou unha encravada que seriam resolvidas no centro de saúde», mas que são reencaminhadas para a urgência, quando os utentes não conseguem uma consulta em tempo útil.

A ARSLVT alegou não ter conhecimento destes casos, mas adiantou que está a tratar da «contratação de horas adicionais de consultas médicas», através de uma empresa prestadora de serviços médicos para minimizar alguns dos problemas. O centro de saúde passou de 26.561 utentes inscritos em 2007 para os actuais 27.364.
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