Médico alerta para os resultados da mortalidade por outras doenças que aí vêm - TVI

Médico alerta para os resultados da mortalidade por outras doenças que aí vêm

  • Sofia Santana
  • 20 abr 2020, 21:46

Manuel Pedro Magalhães esteve esta segunda-feira no Jornal das 8 da TVI

Por causa da pandemia de Covid-19, as consultas a doentes com cancro foram reduzidas para um terço. O diagnóstico caiu para números preocupantes e os médicos avisam que, a prazo, são esperadas consequências graves e não apenas nas doenças oncológicas. Doentes crónicos ou em situações agudas têm evitado recorrer aos hospitais.

O médico e cirurgião cardiovascular Manuel Pedro Magalhães afirmou que isto se verifica porque os próprios hospitais organizaram-se para responder mais aos doentes agudos da pandemia e que, por outro lado, “há uma reação do público de retração”.

Os próprios hospitais organizaram-se para responder mais aos doentes agudos da pandemia, o que leva a que diminua a capacidade de resposta para outras situações, e, por outro lado, os próprios portugueses têm evitado recorrer às situações mais prementes nos hospitais quer por receio de contrariem doenças, quer por uma sensação de que eventualmente não serão bem atendidos, o que de facto não é verdade.”

O especialista alertou que esta situação vai ter consequências em relação à mortalidade causada por outras doenças.

É mau, é muito mau para as consequências que vamos ter dentro de um mês, dois meses, em relação aos resultados da mortalidade pelas outras doenças e mais noutras áreas do que no cancro.”

O médico alerta que “as pessoas devem recorrer a um médico ou a um serviço de urgência” sempre que tiverem sintomas que estejam “a incomodar de forma significativa” e, por outro lado, os profissionais de saúde, “que estiveram organizados durante quase dois meses a pensar nos doentes Covid-19”, têm também de “mudar o chip de raciocínio”.

Os profissionais de saúde estiveram organizados durante quase dois meses a pensar nos doentes Covid e, nesta altura, é preciso mudar o chip de raciocínio e criar condições para que outros doentes lá possam ir.”

Manuel Pedro Magalhães notou que os tempos de espera em Portugal para consultas ou cirurgias antes da pandemia já ultrapassavam aquilo que era o desejado e que, devido à pandemia, ainda se agravaram. O médico sublinhou que só no final do ano o país voltará a ter números semelhantes aos que tinha anteriormente.

 Vamos demorar até ao final do ano para voltarmos a ter os números semelhantes aos que tinhamos anteriormente."

Continue a ler esta notícia