Médicos admitem retirar pedidos de demissão após saída de diretor clínico na Madeira - TVI

Médicos admitem retirar pedidos de demissão após saída de diretor clínico na Madeira

  • RL
  • 9 mar 2020, 18:07
Médico

22 diretores de serviço apresentaram a demissão, em protesto pela nomeação do médico ortopedista Mário Pereira para diretor clínico do Sesaram

Os diretores de serviço demissionários do Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) admitiram esta segunda-feira recuar na decisão face à saída do diretor clínico nomeado pelo executivo regional, indicou o porta-voz do grupo, Filomeno Paulo.

"Ainda não retirámos os pedidos de demissão, mas penso que vamos caminhar para uma decisão nesse sentido porque isso também faz parte da normalização do Sesaram", afirmou o médico, após reunião com o presidente do Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, Miguel Albuquerque, no Funchal.

Os 22 diretores de serviço que apresentaram a demissão, em protesto pela nomeação do médico ortopedista Mário Pereira para diretor clínico do Sesaram, esperam agora que seja indicada uma figura "consensual", em respeito por "aqueles princípios de ser alguém com perfil adequado, com trajeto, com currículo e com capacidade de liderança e de unificação".

Filomeno Paulo disse que, nesta reunião com o chefe do executivo, não foi indicado nenhum nome para substituir Mário Pereira, que tomou posse em 07 de fevereiro e apresentou a demissão em 27 do mesmo mês.

"Não falámos em nomes, não nos foi perguntado, nem nós apresentámos", afirmou, sublinhando, no entanto, a necessidade de resolver a situação "imediatamente".

A nomeação de Mário Pereira, que foi durante anos deputado centrista na Assembleia Legislativa da Madeira e um dos maiores críticos das políticas delineadas pelos sucessivos executivos regionais na área da Saúde, foi de imediato contestada por um grupo de médicos e diretores de serviço do Sesaram.

Os demissionários argumentavam que o diretor clínico é um "cargo técnico" e não podia ser ocupado ao "abrigo de um acordo de governo", no âmbito do qual a função seria entregue a um representante do CDS-PP.

O porta-voz dos médicos contestatários esclareceu que, na reunião de hoje, não foi avançada qualquer data para a indicação do novo diretor clínico.

"Penso que é do interesse de todos - governo, tutela e nosso - que isto seja rapidamente resolvido, até porque temos outros problemas prementes que estão aí à porta", salientou, referindo-se ao surto de Covid-19.

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