Não há razões para medidas punitivas na vacinação, diz ministro - TVI

Não há razões para medidas punitivas na vacinação, diz ministro

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  • 1 jun 2017, 20:03

Adalberto Campos Fernandes defende antes “diálogo com os cidadãos”, sobretudo porque Portugal "tem tido um sucesso tão grande no programa de vacinação nas últimas décadas"

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, garantiu esta quinta-feira não haver razões para “medidas de natureza restritiva ou punitiva” quanto à vacinação de crianças, defendendo antes “diálogo com os cidadãos”.

Os pais das crianças devem ser responsabilizados de forma moral e social se optarem pela não vacinação dos filhos, entendendo o Governo “que não há razão nenhuma para que um país que tem tido um sucesso tão grande no programa de vacinação nas últimas décadas, com taxas de cobertura tão elevadas, para se introduzirem medidas de natureza restritiva ou punitiva, que seriam manifestamente excessivas”, afirmou.

Adalberto Campos Fernandes falava no final de um debate, em Lisboa, que marcou o Dia Mundial da Criança e no qual participou também o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

Os dois explicaram que na questão da vacinação vai haver uma cooperação entre os Ministérios, em que as escolas assinalam as crianças que não estão vacinadas e as entidades de saúde fazem a sensibilização dos pais dessas crianças para a necessidade de vacinarem os filhos.

De acordo com Adalberto Campos Fernandes “o dispositivo que foi trabalhado em conjunto” irá a Conselho de Ministros ainda este mês, a aplicação está em testes e até ao início do ano letivo, a 08 de setembro, tudo estará “testado, operacionalizado e a funcionar”.

O ministro elogiou várias vezes o sistema de vacinação português e disse que a cooperação entre os dois ministérios vai reforça-lo e tornar ainda mais residual o número de crianças não vacinadas.

As escolas vão servir como sinalizadores, uma vez que têm acesso às famílias, e depois em articulação com o Ministério da Saúde o Ministério fará o se trabalho”, disse Tiago Brandão Rodrigues.

Basicamente no novo sistema as escolas avisam as entidades de saúde sobre as crianças que não estão vacinadas e os profissionais de saúde atuam junto dessas famílias, sensibilizando-as para a vacinação.

Porque as escolas, explicou o ministro da Saúde, passam a ter a acesso, “com autorização dos pais, naturalmente, ao boletim de saúde eletrónico e ficam a saber se está totalmente preenchido”.

“Muito simplesmente, sem violação da privacidade, as escolas passarão a ter um alerta, se a criança tem vacina em falta, e a escola fica com indicação para avisar o centro de saúde, que faz o seu trabalho”, explicou o ministro.

Tudo será feito “de forma eletrónica e em tempo real” e a Direção Geral da Saúde saberá “o que se passa em cada freguesia”. Tudo isso através do registo central de vacinas eletrónico e o boletim de saúde eletrónico.

Também o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, disse esta quarta-feira, em Vila Nova de Gaia, que o Governo "não pode por uma faca ao peito" dos pais que não vacinam os filhos, mas irá responsabilizá-los já no próximo ano letivo.

A questão da vacinação ou não, especialmente de crianças, tem sido muito debatida nos últimos meses na sequência de um surto de sarampo que provocou uma vítima mortal. A forma mais eficaz de prevenir o sarampo é a vacinação.

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