Região Norte: mais de 90% dos médicos pedem reforma antes do tempo - TVI

Região Norte: mais de 90% dos médicos pedem reforma antes do tempo

Pressão Arterial (Reuters)

Dados da ACSS apontam que bastava que os profissionais que se reformaram nos últimos 15 meses voltassem ao ativo, para que todos os utentes da região tivessem médico de família

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A maioria dos médicos que se reformaram, nos últimos quatro anos, deixaram o Serviço Nacional de Saúde (SNS) antes dos 66 anos. Desde o início de 2011, dos 401 especialistas em Medicina geral e Familiar da Região Norte, 370 reformaram-se antecipadamente, o que equivale a uma taxa de 92%.

A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias (JN), que cita um estudo realizado pela Seção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM). A investigação indica que 55% dos médicos do norte que se aposentaram nos últimos anos tinham entre 55 e 60 anos, e 41% entre os 61 e os 65 anos.

2014 foi o pior ano de sempre em termos de aposentações – 146 especialistas em Medicina Geral e Familiar pediram a reforma, 130 antes da idade fixada – e 2015 promete ir pelo mesmo caminho: só nos primeiros cinco meses já se aposentaram 50 profissionais, 47 com reforma antecipada.
 

Veja também: um em cada três utentes sem médico de família em algumas regiões


Dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) apontam que bastava que os médicos que se reformaram nos últimos 15 meses voltassem ao ativo, para que todos os utentes da região tivessem médico de família.

Ainda segundo o JN, em 2011 registaram-se 75 aposentações (74 antecipadas), 62 em 2012, e em 2013, 68. Isto quando faltam 819 especialistas para que todos os portugueses possam ter médico de família (já incluindo a saída iminente de 243 para aposentação), segundo dados da ACSS - no início do mês eram 1,23 milhões os portugueses sem médico de família.

Para o presidente da SRNOM, Miguel Guimarães, muitas destas reformas antecipadas resultam da degradação das condições de trabalho, dos cortes salariais, da falta de reconhecimento do trabalho por parte do Ministério da Saúde e do "esforço do Governo para promover (…) a emigração”.

Relativamente a este último dado, o estudo diz que, entre 2012 e 2014, 19 especialistas em Medicina Geral e Familiar da Região Norte abandonaram o país, dos quais 12 à procura de melhores condições de trabalho. 
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