Saiba distinguir as chamadas doenças da infância - TVI

Saiba distinguir as chamadas doenças da infância

A mais comum é a varicela. A vacinação desempenha um papel fundamental na imunidade ao sarampo e à rubéola. Quem já teve escarlatina, não se livra de uma segunda dose da doença. As origens e os perigos destas doenças

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Sarampo, rubéola, varicela ou escarlatina. Doenças que fazem parte das recordações de infância de muitos adultos e que são os pesadelos de qualquer pai que, quando vê uma borbulha na pele do filho, teme o pior. Mas, será que sabe distingui-las?

A pediatra Graça Gonçalves, em entrevista no Diário da Manhã da TVI esta segunda-feira, deu uma ajuda aos pais, educadores e professores a distinguirem este conjunto de doenças, facilmente contagiosas e transmissíveis por via aérea ou objetos infetados, que se manifestam por “borbulhas”. Mas, estas borbulhas não são todas iguais.

“Máculas, que é uma lesão lisa. Pápulas, que é uma lesão ligeiramente elevada. E, no caso da varicela, com vesículas”, esclareceu a médica. Nomes parecidos, para lesões da pele que se assemelham. Por isso, “o melhor mesmo é levar a criança ao pediatra”, aconselhou Graça Gonçalves.

Estas quatro doenças não têm também a mesma origem. “Três delas são infeções provocadas por vírus e uma delas é provocada por bactéria. Aquela que é provocada por bactéria é a escarlatina e pode ocorrer várias vezes. Portanto, como é uma bactéria deve ser tratada por antibiótico, ao contrário das outras que não têm nenhum tratamento específico. É só esperar que passe e dar o devido conforto à criança”. A “penicilina é a terapêutica de eleição para a escarlatina”.

Felizmente, algumas destas doenças estão em vias de extinção no nosso país ou erradicadas. O sarampo “não é uma doença simples, mas temos uma vacina para ela”, descansou a médica, acrescentando que Portugal está livre da doença. “O sarampo dá uma febre altíssima e dá umas lesões que começam na face, atrás da orelhas e na raiz do cabelo, e espalham-se a partir daí. E dá uma conjuntivite”. Este sintoma é descrito muitas vezes pela sensação de ter uma “cortina vermelha e cor de laranja” na vista.

Os maiores receios prendem-se com a rubéola. “Mais ligeira na manifestação, às vezes até é difícil fazer-se o diagnóstico [da rubéola]. “O mesmo tipo de borbulhas, mas mais leves. A parte respiratória também é ligeira. Por vezes, é preciso fazer uma análise para se ter a certeza. Em termos da criança não há problema nenhum”. A preocupação maior prende-se com as grávidas e, também aqui, a vacina desempenha um papel fundamental.

“É gravíssima uma rubéola numa grávida. Se for apanhada no início da gravidez, vai dar-nos um quadro que se domina de rubéola congénita, e que pode dar aborto, morte in útero, ou malformações cardíacas, dos olhos, dos ouvidos, dando cegueira, surdez, ou até atraso no desenvolvimento psico-motor. Quando o diagnóstico é feito dá uma indicação para aborto”, alertou a pediatra Graça Gonçalves. No entanto, a médica frisou que não tem conhecimento de casos de rubéola congénita em Portugal.

Menos grave, “a varicela é diferente destas todas. É tão comum. Não existe a vacina dada de forma universal e os casos continuam a existir em enorme quantidade, sobretudo, no final do inverno e início da primavera. O problema pode vir a jusante. As borbulhas, que depois evoluem para crostas, dão uma “comichão tão intensa”, que podem provocar “lesões secundárias” por estas ficarem infetadas.

 Sem querer gerar alarmismos, Graça Gonçalves disse, no entanto, que “todas estas doenças podem dar pneumonias e encefalias e que o melhor é não as ter”. 
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