Um em cada cinco doentes submetidos a uma cirurgia de urgência, como uma apendicite, corre o risco de contrair uma infecção pós-operatória, um assunto em debate esta segunda-feira no Congresso Nacional de Cirurgia, a decorrer no Estoril, escreve a Lusa.
Pedro Moniz Pereira, secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, explicou que risco existe sempre, especialmente em cirurgias com uma infecção instalada, como é o caso de uma apendicite.
Já nos casos das feridas sem infecção (limpas), o risco diminui para um a dois por cento.
«Uma pessoa operada a uma hérnia tem um risco de infecção menor do que alguém que é operado a uma apendicite, por exemplo», disse.
A taxa de infecção das feridas cirúrgicas varia conforme o tipo de ferida (limpa, limpa contaminada e infectada).
Apesar dos locais cirúrgicos serem espaços esterilizados, adiantou, é impossível esterilizar completamente a pele, sendo apenas possível reduzir drasticamente o número de bactérias potencialmente infectantes.
Portugal dentro dos parâmetros ocidentais
«O risco é um termo médico que existe sempre. Pode ser maior ou menor, mas quando há uma intervenção cirúrgica o risco existe», disse. Os actuais cuidados hospitalares e as técnicas usadas, explicou, tendem a diminuir o risco e a obter melhores resultados do que os verificados no passado.
Contudo, explicou Pedro Moniz Pereira, esta é uma luta que continua e que não tem fim, sendo até «utópico pensar que se consegue eliminar todas as infecções nas doenças cirúrgicas ou nas cirurgias».
Portugal, segundo o cirurgião, está perfeitamente dentro do que são os valores aceitáveis do mundo ocidental. «Não há nenhum desvio significativo, o que há é em Portugal e na Europa muito trabalho ainda a ser feito e investigação em curso para melhorar a situação», frisou.
Um em cada cinco corre risco de infecção pós-operatória
- Redação
- CP
- 2 mar 2009, 20:01
Operação a uma apendicite com maior risco do que operação a uma hérnia
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