Urgências de obstetrícia de Lisboa fechadas rotativamente durante o verão - TVI

Urgências de obstetrícia de Lisboa fechadas rotativamente durante o verão

  • (Atualizada às 13:28) ALM com Lusa
  • 20 jun 2019, 09:59

Presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo garante que não vai haver grávidas de ambulância de hospitais para hospitais na região

As urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais de Lisboa vão estar fechadas durante o verão, fechando rotativamente uma de cada vez, devido à falta de especialistas, noticia hoje o jornal Público citando a administração de saúde.

De acordo com o Público, "a partir da última semana de julho e até ao final de setembro" as urgências de obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Santa Maria, São Francisco de Xavier e Amadora-Sintra vão estar "fechadas num esquema de rotatividade".

O jornal, que cita a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), refere, contudo, que a solução "não ficou fechada", até porque "o cenário pode ser pior".

A falta de obstetras e anestesistas nestes quatro hospitais não é uma novidade e têm sido muitos os alertas por parte dos profissionais de saúde para dificuldades em assegurar o funcionamento dos blocos de parto e a assistência às grávidas", refere a notícia.

Segundo o Público, as férias de verão "vêm agravar o cenário e, perante a iminência do encerramento das urgências de obstetrícia destes quatro hospitais, o Ministério da Saúde, através da ARSLVT, tentou uma solução que tente pelo menos minorar os efeitos da falta de médicos", acrescenta.

Numa reunião realizada na quarta-feira, a ARSLVT "propôs aos diretores de serviço dos quatro hospitais que seja feita uma escala para que o encerramento das urgências não aconteça em simultâneo", escreve o Público, avançando que "a proposta que ficou em cima da mesa foi a de dividir as semanas em blocos, em que cada um dos hospitais fecharia à vez, ficando os outros três abertos".

Este esquema decorreria entre a última semana de julho e os meses de agosto e setembro, revela ainda o diário Público.

ARSLVT garante que grávidas não vão deambular entre hospitais no verão 

Já esta quinta-feira, o presidente da ARSLVT garantiu que as grávidas não vão andar de ambulância entre hospitais na região de Lisboa, durante o verão, período normalmente mais crítico de funcionamento hospitalar.

O hospital que a gente diz como fechado, entre aspas, vai continuar a dar resposta à sua atividade programada. As senhoras vão continuar a ter lá os seus bebés em segurança e mesmo se houvesse uma urgência de uma pessoa que não viesse pelo CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) ou pelo INEM, teria a sua criança. Posso garantir que não vai haver gravidas de ambulância de hospitais para hospitais na região de Lisboa”, assegurou Luís Pisco à agência Lusa.

Luís Pisco lembrou ainda que o organismo está a reunir com os quatro hospitais para “concertar estratégias de forma a otimizar o serviço a prestar aos cidadãos”, ouvindo os conselhos de administração, os diretores de serviço de pediatria e neonatologia, faltando ainda os anestesistas.

É um trabalho que está a decorrer. Trata-se de uma situação complexa que envolve muitas pessoas, muitas equipas. Não é uma solução finalizada, ainda estamos a trabalhar nela, sendo que as reuniões vão continuar na próxima semana”, explicou.

Luís Pisco considerou também que as pessoas “têm a noção de que no verão as situações em que já existem algumas dificuldades de acertar escalas aumentam”, nomeadamente por causa das férias.

“Aqui é uma tentativa de acertar antes que haja problemas. Estamos a trabalhar com os quatro grandes hospitais, que são de fim de linha, mas que não respondem só à região de Lisboa e Vale do Tejo mas também às situações mais graves de Alentejo e Algarve”, disse, frisando que se trata de “assegurar o melhor serviço possível”.

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