Vírus Zika está a gerar "crescente preocupação" em Portugal - TVI

Vírus Zika está a gerar "crescente preocupação" em Portugal

Radiografia de uma criança com microcefalia. Recife, Brasil

Diretor-geral da Saúde diz que, ao que "tudo indica, parece confirmar-se a relação causal entre infeção pelo vírus e a ocorrência de mal formações no feto e no recém-nascido"

O diretor-geral da Saúde, Francisco George, disse esta sexta-feira que a epidemia Zika está a gerar uma "crescente preocupação" em Portugal, sobretudo pelos riscos que o vírus pode causar entre as mulheres.

Está a crescer a preocupação com o problema do Zika, porque - tudo indica - parece confirmar-se a relação causal entre infeção pelo vírus e a ocorrência de mal formações no feto e no recém-nascido", alertou Francisco George.

O responsável falava aos jornalistas, no final de uma visita à Unidade de Saúde de Ilha do Faial, nos Açores, onde desaconselhou as grávidas portuguesas a visitarem os países afetados pela epidemia do Zika, devido aos riscos do vírus poder gerar "mal formação no feto".

Para Francisco George, tanto as mulheres grávidas, como aquelas que planeiem ter filhos, devem evitar deslocar-se aos países da América Central e América do Sul, onde surgiu o vírus Zika.

Nós aconselhamos as portuguesas que estejam em idade fértil e que pretendam ficar grávidas, e as grávidas a não se deslocarem às regiões afetadas pela epidemia provocada pela picada do mosquito, infetado pelo vírus Zika", insistiu Francisco George.

Segundo explicou, em Portugal, apenas no arquipélago da Madeira existem mosquitos idênticos aos que originaram a epidemia do Zika, ressalvando, no entanto, que os mosquitos daquela região "não são portadores da doença".

"No continente, e tudo indica, nos Açores, não há este mosquito, portanto não teremos problemas domésticos de transmissão através do mosquito, apenas temos problemas com doentes que são diagnosticados depois de regressarem de um dos países com a epidemia", adiantou o diretor-geral da Saúde.

Francisco George recordou que, atualmente, existem apenas seis doentes infetados com o vírus Zika em Portugal, cinco dos quais oriundos do Brasil e um da Colômbia, situação que considera ser "tranquila", mas, ainda assim, a justificar uma atenção especial por parte das autoridades nacionais.

A Unidade de Saúde da Ilha do Faial foi a primeira nos Açores a obter a acreditação europeia, em matéria de cuidados primários de Saúde.

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