Portugal expulsa dois mil imigrantes - TVI

Portugal expulsa dois mil imigrantes

Operação de fiscalização no Intendente, em Lisboa

A maior parte dos imigrantes ilegais veio do Brasil

Portugal ordenou a expulsão de quase dois mil dos 3.736 cidadãos estrangeiros detectados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em situação ilegal em Portugal em 2008, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado esta quinta-feira.

O documento, apresentado no Ministério da Administração Interna, indica que de um total de 3.736 estrangeiros ilegais, 1.965 foram alvo de processos administrativos de expulsão, uma diminuição em relação a 2007, quando foram instaurados 2.536 casos.

A maior parte dos imigrantes ilegais detectados - 7,36 por cento do total de estrangeiros identificados - proveio do Brasil, seguindo-se Cabo Verde, Guiné-Bissau, Ucrânia, Angola e Índia.

Nas fronteiras, foi recusada a entrada a 3.598 pessoas: 2.333 brasileiros (aumento de 12,8 por cento em relação a 2007), 431 senegaleses (aumento de 5,9 por cento), 157 venezuelanos, 103 angolanos e 87 guineenses. As razões para a recusa foram desde a ausência de motivos para a entrada, ausência de visto válido até à apresentação de documentos falsos (283 casos). Em 2008 verificou-se um aumento de 44,7 por cento no número de acções de fiscalização feitas pelo SEF (9.734), a maior parte no Centro do país.

138 casos de tráfico de pessoas

As autoridades portuguesas detectaram 138 casos de tráfico de seres humanos em 2008, a maior parte envolvendo mulheres brasileiras e moçambicanas, revela o Relatório Anual de Segurança Interna.

O relatório, apresentado no Ministério da Administração Interna, frisa que o número corresponde a casos de vítimas sinalizadas, mas não confirmadas», apontadas às autoridades «por alguém que não pertence à comunidade», na maior parte dos casos (98) a própria vítima.

As denúncias são limitadas principalmente pela «opacidade social, o encobrimento» e estereótipos sociais que «impedem a identificação» de potenciais vítimas.

Das vítimas mulheres, 102 eram do Brasil, seis de Moçambique e as restantes da Croácia, Roménia, Colômbia e Portugal. Apesar da predominância feminina, foram também sinalizados onze moçambicanos, quatro portugueses e um ucraniano.

A maior parte das vítimas (123) foi detectada em Portugal Continental e apresenta uma média de idades de 30 anos.
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