Mais de mil crimes por dia

Em 2006, as polícias registaram um total de 391,085 participações criminais, uma subida de dois por cento. Mais 21 crimes por dia do que em 2005, mas menos do que em anos anteriores. Os principais aumentos ocorreram nos crimes de homicídio, sequestro, violência doméstica e condução sem carta, revelam os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) apresentado esta quinta-feira.

Nos crimes contra as pessoas, que cresceram seis por cento, os homicídios voluntários consumados aumentaram 20,5 por cento. No total 194 pessoas foram assassinadas.

Já os roubos na via pública, que também fazem parte da criminalidade grave, registaram um aumento de 3,5 por cento. Quase 12 mil assaltos num ano, ou seja, diariamente uma média de 32 pessoas são ameaçadas e roubadas na rua.

O maior aumento nos crimes praticados contra as pessoas ocorreu no roubo a motoristas de transportes públicos, com 226 casos, mais 51 por cento de ocorrências. Logo a seguir surgem os sequestros. Em 2006, foram privados da liberdade 556 cidadãos. Mais 27 por cento de casos do que no ano anterior.

Na apresentação do relatório o secretário de Estado da Administração Interna, José Magalhães, sustentou que estes casos dizem respeito, na sua maioria, a assaltos em que as pessoas «são obrigadas a ir ao Multibanco levantar dinheiro e ficam privadas da liberdade».

O general Leonel de Carvalho, coordenador de Segurança e responsável pela elaboração do documento disse que estão também englobados os casos de carjacking e que este aumento pode levar a um sentimento de insegurança, no entanto, o peso destes crimes na criminalidade geral é reduzido.

No total, os crimes violentos representam 5,5 por cento no universo criminal e em 2006 cresceram dois por cento. A principal redução na criminalidade violenta, contra as pessoas, ocorreu nas violações, que baixaram 6,1 por cento, para um total de 341 casos.

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