Amostras de poeiras de Paio Pires tardam em chegar à Agência do Ambiente - TVI

Amostras de poeiras de Paio Pires tardam em chegar à Agência do Ambiente

  • 30 jan 2019, 16:33

APA confirma à TVI24 nada ter recebido para análise e que, na primeira quinzena do ano, valores médios diários de partículas inaláveis estiveram acima dos limites

A Agência Portuguesa do Ambiente ainda não recebeu qualquer amostra de poeiras recolhidas em Paio Pires, no concelho do Seixal, onde a população se queixa há muito de poluição, visível em camadas de pó negro e pó branco, cuja origem atribuem à siderurgia SN-Seixal de componentes de aço da empresa espanhola Megasa.

De acordo com a edição de terça-feira do jornal Público, as constantes queixas da população de Paio Pires, localidade com cerca de 15 mil habitantes, terão levado o Ministério Público a investigar, com a GNR a fazer uma recolha de amostras de poeiras no passado dia 19 de janeiro, que teriam sido encaminhadas para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), “no sentido de serem efectuadas as respectivas análises”.

Não recebemos quaisquer amostras", é a declaração obtida pela TVI24 junto de fonte autorizada da APA.

15 dias acima dos limites

A Agência do Ambiente confirma, contudo, que a qualidade do ar verificada pela estação Paio Pires esteve abaixo do aconselhável na primeira quinzena do ano, segundo "dados que estão pré-verificados".

No que se refere à qualidade do ar, informa-se que desde o início do ano até dia 16 de janeiro foram registados 15 dias com excedência do objetivo diário de PM10 na estação de Paio Pires, sendo que essas excedências não devem ocorrer em mais 35 dias no ano", afirmou a APA em resposta à TVI24.

As PM10 são um tipo de partículas partículas inaláveis, de diâmetro inferior a 10 micrómetros (µm), que constituem um elemento de poluição atmosférica.

Podem penetrar no aparelho respiratório, provocando inúmeras doenças respiratórias e algumas podem ainda entrar na corrente sanguínea, provocando doenças cardíacas graves, como paragens cardiovasculares", como refere a página da APA na internet.

Para a concentração excessiva, a Agência salienta que, na primeira quinzena do ano, "as condições meteorológicas, nesse período, foram de grande estabilidade atmosférica e de persistência de nevoeiros levando à acumulação dos poluentes na camada de ar mais junto ao solo".

Daí que, se tenham verificado "níveis elevados de PM10 em todas as estações de qualidade do ar da Área Metropolitana de Lisboa Sul, com ocorrência de 10 dias de ultrapassagem ao objetivo diário de PM10, em certas estações". Incluindo, a de Paio Pires.

A partir de dia 17 de janeiro, com a alteração das condições meteorológicas, nomeadamente ocorrência de precipitação, os níveis de PM10 passaram a estar no nível bom em todas as estações", conclui a resposta da APA.

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