Hospital «sem» urgências e internamentos - TVI

Hospital «sem» urgências e internamentos

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Seixal: proposta entregue no ministério da Saúde é contestada pela câmara e utentes da região

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O hospital a construir no Seixal não deverá contemplar urgências nem internamentos, uma proposta do grupo de trabalho nomeado pelo ministério da Saúde contestada pela câmara local e comissões de utentes da região, escreve a Lusa.

A Câmara do Seixal apresentou quarta-feira à noite a proposta do perfil do novo hospital do Seixal, que sugere um «conceito inovador», visando «fundamentalmente aproximar a prestação de cuidados de saúde aos cidadãos através de um dispositivo assistencial diferenciado [...] composto por processos terapêuticos e meios de diagnóstico que se afirmam como alternativas eficazes ao internamento».

A sessão pública, realizada no Clube Recreativo da Cruz de Pau, teve como principal objectivo dar a conhecer às populações de Almada, Seixal e Sesimbra o perfil do novo hospital do Seixal e promover o debate sobre o facto de não estar contemplado no plano o internamento e urgências.

Hospital sem camas?

A proposta foi recebida com reticências pelo presidente da Câmara do Seixal. «Nenhum de nós está a ver um hospital sem camas e sem internamento, até porque estamos a falar do Serviço Nacional de Saúde que é um serviço público, ou seja, significa que o Estado tem que assumir», sublinhou Alfredo Monteiro (CDU).

O autarca referiu que o documento em questão é «ainda» uma proposta técnica, não sendo conhecida a decisão política, mas considerou ser imprescindível continuar a discutir porque «o que está em causa é o modelo de um hospital que satisfaça as necessidades das populações».

Numa moção redigida após o encontro, as comissões de utentes de Almada, Seixal e Sesimbra presentes na discussão pública manifestam a sua discordância com a proposta apresentada para o perfil do hospital.

500 mil habitantes

O novo hospital do Seixal irá servir os cerca de 500 mil habitantes dos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, que actualmente apenas dispõem do Hospital Garcia de Orta, em Almada, que regista dificuldades de resposta, com 312 camas.

Durante a sessão, foram apresentados estudos anteriores indicam a necessidade de mais um hospital na unidade de saúde Almada/Seixal/Sesimbra e que o hospital deve ter camas (entre 150 a 300) para fazer face ao número de atendimentos urgentes e posterior internamento.

Outros estudos

Em 2002, a proposta do Plano Director Regional de Equipamentos de Saúde referia a necessidade de «construção do novo hospital na área de Amora/Seixal com 312 camas».

Um relatório da Escola de Gestão do Porto apontava, em 2006, «a construção de raiz de um novo hospital com cerca de 150 camas, localizado em terreno a identificar no concelho do Seixal».

Em Dezembro de 2006 um estudo realizado pela empresa Antares Consulting, considerado de referência técnica para a definição do perfil do novo hospital, e de acordo com a aplicação do critérios utilizados para a identificação das necessidades de internamento na região de Lisboa e Vale do Tejo, prevê que «existirá nos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra um défice de pelos menos 333 camas de hospital de agudos em 2015».
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