Proprietário do restaurante: «Vamos morrer todos» - TVI

Proprietário do restaurante: «Vamos morrer todos»

Gaspar Veloso «retirou a granada» ao sequestrador e só diz que «há Deus». Quando atingiu o militar «li nos olhos dele: estou desgraçado»

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O proprietário do restaurante, Gaspar Veloso, contou que o homem, de nacionalidade moldava e com cerca de 60 anos, chegou ao restaurante no Pinhal Novo por volta das 22:00, quando ainda havia clientes no estabelecimento. Chamavam-lhe «Miguel» e não lhe eram conhecidos comportamentos agressivos.

Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas em sequestro num restaurante.

O imigrante terá pedido um uísque antes de ameaçar o proprietário do restaurante e a família. Aparentemente, o homem terá dito que sofria de uma doença.«Os 50 mil euros ou morremos todos aqui», terá dito. «Queria que fossemos para casa para lhe dar 50 mil euros», relatou Gaspar Veloso em declarações à TVI. «Miguel» terá falado numa doença relacionada com «glóbulos brancos».

O proprietário «disse que ia a casa com ele para aguentar» o máximo de tempo possível. Entretanto, a filha e a mulher conseguiram sair quando a primeira brigada da GNR chegou ao local, «cinco minutos» depois. A filha foi abrir a porta à GNR com a desculpa de que iria avisar os clientes de que estavam fechados e saiu com a mãe.

Entrou o jovem militar da GNR que acabaria por ser alvejado pelo sequestrador, segundo o testemunho de Gaspar Veloso. Dentro do restaurante estavam ainda o proprietário e o filho «agarrados um ao outro com braçadeiras plásticas», «deitados por trás do balcão».

«Li nos olhos dele e vi que ele ponderou e pensou duas vezes: estou desgraçado», contou Gaspar Veloso, referindo que, a seguir, o homem largou a arma em cima de uma mesa e pegou na granada. «Vamos morrer todos», foi o que pensou o proprietário do estabelecimento, para, logo a seguir dizer: «Não sei como fiz, dei um salto e rebentei uma das fitas. Mandei-me para cima dele e consegui tirar-lhe a granada da mão».

«Fiquei com a granada na mão e ele ficou com a cavilha e corri para a porta e mandei a granada». O proprietário do «Refúgio» confirma que esta granada «explodiu», mas não sabe se foi esta que feriu os militares da GNR.

Com este episódio, o filho também ficou solto, mas o imigrante terá pegado novamente na pistola. Segundo Gaspar Veloso, «o filho agarrou-lhe na mão da pistola e conseguiu dar-lhe um murro. Ele ficou zonzo e o meu filho fugiu também».

Com a família toda bem e fora do restaurante, Gaspar Veloso só tem uma frase: «Há Deus», apesar da filha estar «abalada».

Veloso, que é também construtor civil, acrescentou que «amanhã vai trabalhar».

«Miguel», como o moldavo era conhecido, terá trabalhado para um «subempreiteiro» de Gaspar Veloso «há 11 anos», quando o empresário «construiu» aquele bairro no Pinhal Novo. Gaspar Veloso disse que conhecia o imigrante, mas que este nunca lhe tinha pedido trabalho nem sabia de quaisquer comportamentos agressivos.
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