Emigrante português morto com 40 facadas em França - TVI

Emigrante português morto com 40 facadas em França

Rua de Carbonne, Toulouse

Alegado homicida confessou o crime, mas diz que agiu em legítima defesa. Suspeito encontrava-se em liberdade condicional, depois de ter sido condenado, em 2007, a 23 anos de prisão por homicídio

Um emigrante português, de 33 anos, foi encontrado morto no sábado em Carbonne, Toulouse, num cenário de homicídio passional.

A TVI apurou que se trata de Sérgio Rodrigues, natural de Vizela, distrito de Braga, que residia na localidade de Muret, a cerca de 25 quilómetros do local do crime.

O alegado homicida, um francês, de 38 anos, que se encontrava em liberdade condicional, foi detido e alega legítima defesa.

A vítima foi encontrada morta com cerca de 40 facadas, segundo a imprensa francesa, num quadro de violência, depois de ter passado a noite no apartamento do suspeito, com o qual terá mantido relações sexuais, depois de terem consumido álcool e drogas, explicou o procurador do Ministério Público de Toulouse, Dominique Alzeari, que falou sobre o caso aos jornalistas, nesta segunda-feira.

Duas mulheres, de 21 e 26 anos, foram constituídas arguidas, por terem "alterado o local do crime", isto é, o apartamento do suspeito, situado no segundo andar do número 7 da rua Jean-Jaures, no centro de Carbonne.

Na sequência de um "desentendimento", que deu lugar a uma "luta", na manhã de sábado, Sérgio Rodrigues foi esfaqueado até à morte, mas as motivações não foram ainda apuradas. As autoridades foram alertadas apenas ao início da tarde, cerca das 13:15 locais, tendo encontrado no apartamento não só a vítima como o suspeito, que confessou o crime, alegando legítima defesa.

Os dois conheceram-se através de um site de encontros, dois dias antes, e combinaram encontrar-se na noite de sexta-feira, em Carbonne. Estiveram juntos com outras pessoas e terminaram a noite no apartamento do suspeito, inicialmente na companhia de duas mulheres, uma delas amiga do alegado homicida. As duas acabaram por se ir embora, voltando na manhã seguinte, já depois de consumado o homicídio, indicou Dominique Alzeari.

As duas mulheres foram vistas por moradores a sair do prédio com sacos, sacos esses que continham provas, incluindo a arma do crime.

O procurador de Toulouse confirmou que algumas das muitas facadas foram fatais e que o cenário do crime não se restringia a uma divisão do apartamento. Assumiu também que a alegação de legítima defesa por parte do suspeito não se coaduna com o cenário encontrado.

Dominique Alzeari indicou, ainda, que o suspeito tem cadastro e que se encontrava em liberdade condicional há dois anos, depois de, em 2007, ter sido condenado a 23 anos de prisão por ter esfaqueado um amigo até à morte.

Presente a juiz, o suspeito ficou em prisão preventiva, tendo sido acusado de homicídio voluntário.

O caso está também a ser acompanhado pelo vice-consulado de Portugal em Toulouse, desconhecendo-se, para já, quando o corpo do cidadão português será libertado pelas autoridades francesas, uma vez que decorre a investigação.

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