Mais de 1.600 operacionais combatem incêndios de Castelo Branco e Santarém - TVI

Mais de 1.600 operacionais combatem incêndios de Castelo Branco e Santarém

  • EC (atualizada às 11:54)
  • 26 jul 2017, 07:37

Quatro fogos preocupam os bombeiros nesta quarta-feira. O mais grave lavra em Proença-a-Nova e Mação e mobiliza mais de 1.100 operacionais

Mais de 1.600 operacionais combatem desde esta madrugada quatro fogos nos distritos de Portalegre e Castelo Branco, com o da Sertã, que se estendeu a Proença-a-Nova e Mação (já no distrito de Santarém), a mobilizar 1.106 bombeiros.

Ainda assim, a situação operacional desta manhã foi descrita pela adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Patrícia Gaspar, como "mais tranquila", quando comparada com a do dia de ontem. A Proteção Civil continua, no entanto, em alerta por causa do vento que dificulta as operações no terreno, com Patrícia Gaspar a admitir que os efeitos das rajadas de vento tornam os incêndios imprevisíveis no terreno.

Segundo a porta-voz, para o dia de hoje, para auxiliar no combate às chamas, foram reforçados os meios aéreos, graças à cooperação com Espanha, que disponibilizou quatro aviões canadair.

A responsável da Proteção Civil disse ainda que entre os meios disponíveis estão 36 grupos de reforço, 23 máquinas de rasto e 10 pelotões militares.

De acordo com a página da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), pelas 11:30 o fogo de Castelo Branco, com três frentes, e que deflagrou no domingo, estava a ser combatido por 1.106 operacionais, apoiados por 354 meios terrestres e nove meios aéreos.

Outro incêndio ativo na localidade de Vale do Coelheiro, distrito e concelho de Castelo Branco, com duas frentes, mobilizava 423 operacionais, 142 veículos e 4 meios aéreos.

No distrito há ainda dois fogos já dados como dominados, nas localidades de Codeceirinha e Marmeleiro, ambos no concelho da Sertã. Juntos mobilizam 164 operacionais e 48 meios terrestres.

Em Portalegre há dois fogos ativos. Um em Gavião, com 46 operacionais e 20 veículos a combaterem as chamas que deflagraram na terça-feira. Outro em Nisa - já 90% dominado - no qual estão 95 operacionais no terreno, apoiados por 27 meios terrestres.

Um outro incêndio em Mação, Santarém, que deflagrou na terça-feira, foi dominado, estando ainda no terreno 151 operacionais e 43 veículos.

Desde a meia-noite de hoje já foram registadas 19 ocorrências.

A circulação rodoviária na A23 foi completamente restabelecida ao início da manhã de hoje depois de ter estado cortada por causa dos incêndios 

 

Centenas de habitantes retirados em Mação e Gavião

A sede do concelho de Mação pode ser confrontada "nas próximas horas" com uma das três frentes do fogo que começou no concelho da Sertã, disse o vice-presidente do município, sublinhando que a situação é "extremamente preocupante".

O mesmo responsável adianta ainda que é difícil fazer a contabilidade dos danos causados pelas chamas, mas pelo menos 35 aldeias foram atingidas pelo fogo, cinco casas arderam e centenas de pessoas foram retiradas de casa.

A madrugada "não ajudou o suficiente" no combate às chamas, mantendo-se três frentes que lavram em Mação, ameaçando a sede de concelho e as aldeias de Santos, Aldeia de Eiras, Castelo e São José das Matas, afirmou aos jornalistas o vice-presidente da autarquia (PSD), António Louro.

As chamas destruíram nos últimos dois dias cerca de 10 mil hectares de área florestal.

O presidente da Câmara de Mação alertou para o "cansaço extremo dos operacionais" no terreno.

Um dos nossos funcionários, que esteve muito tempo a trabalhar com uma máquina de rastos, foi hospitalizado com cansaço extremo, e há a registar alguns feridos ligeiros e casos de ansiedade, mas nada de muito grave", afirmou.

No distrito de Portalegre, cerca de 120 pessoas foram retiradas de suas casas durante a noite por causa do incêndio que lavra em Gavião/Belver, disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

As pessoas foram retiradas, por precaução, das suas habitações, localizadas em pequenos aglomerados populacionais, e instaladas no Centro Social Belverense, em Belver.

O presidente da Câmara Municipal de Gavião, José Pio, disse à agência Lusa que as pessoas começaram durante a madrugada a regressar às suas casas, não tendo ardido nenhuma, apesar da ameaça.

Segundo os bombeiros, não há registo de danos pessoais, estando as chamas a lavrar, com uma frente, numa zona de mato, pinhal e eucaliptal.

O fogo hoje de manhã está consideravelmente mais calmo. Há alguns reacendimentos que são logo combatidos", relatou José Pio.

O autarca disse que o incêndio já causou "elevados prejuízos materiais" e que arderam palheiros e garagens

 

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