Falta de pagamento aos privados ameaça cirurgias de doentes em listas de espera - TVI

Falta de pagamento aos privados ameaça cirurgias de doentes em listas de espera

  • SS
  • 14 jun 2019, 09:47

Os hospitais públicos recorrem ao SIGIC porque não conseguem dar resposta dentro dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos. Mas já há faturas por pagar com mais dois anos

Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão a enviar cada vez mais doentes para a realização de cirurgias no privado no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), mas a falta de pagamento ameaça as cirurgias de doentes em listas de espera. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo jornal Público.

Os hospitais públicos recorrem ao SIGIC porque não conseguem dar resposta dentro dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos. Mas devido à falta de pagamentos – o Público diz que há faturas por pagar com mais dois anos – os prestadores privados e as respetivas equipas começam a recusar fazer cirurgias pelo SIGIC.

Já houve muitos médicos que deixaram de fazer estas cirrugias. Tive casos de otorrinos e neurocirgiões que já não fazem”, disse José Domingos Vaz, diretor clínico do Hospital da Ordem Terceira Chiado, em Lisboa, ao Público.

Só a este hospital, as unidades do SNS devem mais de seis milhões de euros por 3250 cirugrigas. Fonte do Hospital de Jesus em Lisboa também confirmou que a situação se repete ali.

Contactado pelo jornal Público, o Ministério da Saúde disse não ter toda a informação relativa aos pagamentos por parte de todos os hospitais do SNS, mas lembrou que as unidades receberam um reforço para liquidar a dívida vencida.

A Associação de Administradores Hospitalares assume os problemas de tesouraria para pagar a prestadores e fornecedores.

Os problemas com o pagamento de cirurgias feitas no âmbito do SIGIC agravaram-se a partir de maio de 2016, quando os hospitais públicos passaram a ser reposnáveis pelo pagamento das cirurgias dos respetivos doentes. Até ali era as Administrações Regionais de Saúde (ARS) que pagavam aos privados. AS ARS apenas pagam os vales-cirurgia emitidos pelos hospitais de parceria público-privada.

Continue a ler esta notícia