Crise leva pessoas a consumir menos água - TVI

Crise leva pessoas a consumir menos água

Água

Pelo menos é assim em Setúbal

A crise económica provocou uma diminuição de 2,5 por cento dos consumos de água em Setúbal, mas não houve aumento de faturas em atraso, revelou a diretora da empresa Águas do Sado.

«A crise reflete-se sobretudo na redução dos consumos das famílias, constatando-se uma redução nos consumos de água no primeiro semestre de 2012 relativamente ao período homólogo de 2011», disse à agência Lusa Ana Oliveira, diretora geral da concessionária dos sistemas municipais de água e saneamento do concelho de Setúbal.

Apesar das dificuldades que muitas famílias enfrentam, a diretora geral da empresa Águas do Sado disse que não se verificou qualquer aumento do número de situações de incumprimento nos últimos doze meses.

Cerca de 12 por cento dos clientes domésticos de Setúbal efetuam o pagamento das faturas de água fora de prazo, havendo apenas cerca de um por cento de clientes que só liquidam as faturas após a suspensão do serviço.

Embora defenda que não cabe à empresa concessionária a definição ou ponderação de critérios de faturação ou pagamento não enquadrados nas condições contratuais estabelecidas com o município de Setúbal, Ana Oliveira garante que a empresa tem sido sensível às dificuldades económicas de muitas famílias.

«Perante as dificuldades económicas demonstradas por alguns dos nossos clientes, a Águas do Sado disponibiliza-se para a celebração de acordos de pagamento quando estão em causa dívidas de valor acumulado mais elevado», disse.

Ana Oliveira salientou, no entanto, que foram estabelecidas condições especiais para famílias com mais de quatro pessoas no agregado familiar, que beneficiam de um tarifário específico em que os limites dos escalões são alargados.

A diretora da empresa Águas do Sado referiu ainda que só os clientes com mais de 65 anos e de fracos recursos podem ultrapassar o prazo de pagamento de 45 dias, sendo-lhes permitido acumular duas faturas vencidas antes de se proceder ao corte do abastecimento de água.

Ana Oliveira salientou, no entanto, que o alargamento do prazo de liquidação das faturas aumenta o risco de incumprimento das famílias, porque resulta em dificuldades acrescidas no momento do pagamento.

O consumo médio de água dos clientes domésticos da empresa Águas do Sado é de cerca de 20 euros por família, sendo que este valor inclui os serviços de água, esgotos, lixo e ainda os proveitos do Estado, IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) e Taxas de Recursos Hídricos.

Se no que respeita aos clientes domésticos a crise económica se traduziu apenas num ligeiro decréscimo dos consumos médios de água, o cenário parece ser bem pior em termos empresariais.

«Verifica-se um elevado número de falências e de fecho de empresas que se traduziu numa redução de 246 clientes (4,6 por cento) na área do comércio e indústria nos últimos doze meses», disse Ana Oliveira.

Segundo a diretora geral das águas do Sado, quando ocorrem situações de incumprimento por parte dos consumidores, a empresa avisa o cliente através de carta registada e notifica-o de que irá proceder ao corte de água, se não liquidar as faturas em atraso num prazo adicional que lhe é dado.

E se a dívida permanecer sem a devida regularização, a empresa recorre à via judicial, o que aumenta o valor as pagar pelo cliente, devido aos custos judiciais processuais.

A empresa Águas do Sado é a concessionária dos sistemas municipais de água e saneamento do concelho de Setúbal desde novembro de 1997.
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