Onda de «assaltos de terceira geração» - TVI

Onda de «assaltos de terceira geração»

Gang assalta multibanco no Tribunal

Autarca de Setúbal responsabiliza ausência de políticas sociais, dos governos, pela criminalidade na região

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A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, responsabilizou esta terça-feira os sucessivos governos do país pela criminalidade que se faz sentir na região, devido à «ausência de políticas sociais para os jovens e famílias desestruturadas», escreve a Lusa.

«Isto é o culminar da ausência de políticas sociais de há alguns anos a esta parte. Os sucessivos governos não apostaram no acompanhamento de jovens e no apoio a famílias desestruturadas», disse a autarca setubalense, que falava aos jornalistas durante uma visita às obras de requalificação do Fórum Municipal Luísa Todi.

Maria das Dores Meira mostrou-se particularmente preocupada com o que diz ser uma «terceira geração de assaltos que são feitos de forma gratuita, violenta e irresponsável».

«Hoje mata-se por "dá cá aquela palha"»

«Antigamente havia assaltos a lojas e a supermercados (...), mas raramente ouvíamos falar de violência», disse Maria das Dores Meira, acrescentando que se assistiu depois aos roubos efectuados por toxicodependentes, mas também sem a violência que se tem verificado nos últimos tempos.

«Hoje mata-se por "dá cá aquela palha". Há jovens de 14, 17 anos a praticarem actos de grande violência», disse Maria das Dores Meira, atribuindo a responsabilidade pela actual situação - assaltos de terceira geração - à falta de acompanhamento dos jovens e de famílias desestruturadas.

Alterações ao Código Penal

A autarca setubalense acredita também que a actual situação «foi agravada pelas recentes alterações do Código Penal, que só permitem a prisão preventiva dos autores de determinados crimes com penas inferiores a cinco anos, desde que sejam apanhados em flagrante».

Questionada sobre a eventual instalação de videovigilância nas principais ruas da baixa setubalense - uma pretensão manifestada por alguns comerciantes fustigados pela sucessão de assaltos dos últimos tempos -, Maria das Dores Meira disse tratar-se de uma «hipótese muito polémica», deixando claro que não é uma alternativa que agrade ao município.

Videovigilância: sim ou não?

«Há munícipes que não estão de acordo com a videovigilância», disse Maria das Dores Meira, advertindo que se trata de uma medida que pode pôr em causa a liberdade das pessoas de circularem nas ruas sem serem observadas.

Maria das Dores Meira sugeriu, como alternativa, a instalação de videovigilância no interior dos estabelecimentos comerciais, de forma a dissuadir os assaltantes.

A Agência Lusa tentou também ouvir a Governadora Civil e os responsáveis das forças de segurança - GNR e PSP - sobre a criminalidade na região, mas os responsáveis das duas corporações escusaram-se a fazer qualquer comentário, remetendo qualquer esclarecimento para depois da publicação do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI). A PJ não respondeu em tempo oportuno.
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