Vaticano não «tomará medidas contra» bispo de Viseu - TVI

Vaticano não «tomará medidas contra» bispo de Viseu

Visita de Bento XVI a Angola

Preservativo: «Não acredito nada que a Santa Sé vá tomar medidas contra», diz bispo do Porto

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O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, disse esta quarta-feira que não acredita que o Vaticano vá tomar medidas contra o bispo de Viseu, devido às declarações que este fez sobre o preservativo, durante a visita do Papa Bento XVI a África, escreve a Lusa.

«Não acredito nada que a Santa Sé vá tomar medidas contra», observou D. Manuel Clemente, em declarações aos jornalistas, à margem de um seminário no Porto.

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«O bispo de Viseu disse o que disse e escreveu o que escreveu. Fê-lo com a melhor intenção, com certeza. A única coisa que repito, e acho que o sr. Bispo de Viseu também o dirá, como a Santa Sé diz sempre, é que uma questão deste género resolve-se com uma mudança comportamental. O resto são expedientes mas não é a solução», acrescentou o bispo do Porto.

«Eticamente obrigatório»

Numa nota colocada no site da diocese a propósito de declarações do Papa Bento XVI em África, D.Ilídio Leandro escreveu que «quando a pessoa infectada não prescinde das relações e induz o(a) parceiro(a) (conhecedor ou não da doença) à relação, há obrigação moral de se prevenir e de não provocar a doença na outra pessoa», considerando que neste caso «o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório».

Citado pelo «Diário de Notícias», o director da sala de imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou, sobre o texto do bispo de Viseu: «O assunto é muito delicado, pelo que os comentários terão de ser feitos pelas autoridades competentes, de um modo mais correcto e na sede apropriada».

Também o bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, defendeu que «proibir o preservativo é consentir na morte de muitas pessoas» e que as pessoas que aconselham o Papa deviam ser «mais cultas».

O Papa Bento XVI, na sua mensagem durante a sua recente viagem oficial ao Continente Africano, disse que a sida não se combate só com dinheiro «nem com a distribuição de preservativos que, ao contrário, aumentam o problema».
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