«Gostava de ser uma estrela porno» parte II

«Piri» é um repetente nas histórias do PortugalDiário sobre Salão Erótico de Lisboa. No ano passado, encontrámo-lo junto ao expositor Ninfas Maníacas. Tinha acabado de participar num casting de filmes para adultos. Este ano, demos com ele de máquina fotográfica na mão, a tentar levar para casa mais um instantâneo digital do seu mundo preferido. Mas enquanto tenta tirar o melhor partido possível por trás da objectiva, o sonho continua a estar do outro lado dela.

O seu desejo manifestado no ano passado fez-se título de reportagem ( «Gostava de ser uma estrela porno»). Contudo, até que o estrelato se lhe ofereça, prefere permanecer anónimo. «Piri, só Piri». Perguntámos-lhe, então, qual tinha sido o resultado do casting de há um ano. «Nunca mais me disseram nada», soltou desalentado.

«Piri» continua a não parecer-se com nenhum dos actores que circulam pelo Salão Erótico, apesar de ainda desejar ser um deles. E o desalento, por não ter sido contactado, transformou-se, quando lhe dissemos que afinal o filme em que aspirava participar não se realizou por falta de financiamento, e que no stand Ninfas Maníacas está a ser realizado um novo casting para encontrar actores.

Pouco antes deste encontro com «Piri», o PortugalDiário havia falado com Liz Vahia, representante deste expositor no Salão Erótico, que explicara que a intenção de realizar um «filme português pornográfico de qualidade» continua de pé. Falta de candidatos a actores não há. «No ano passado tivemos cerca de 200 pessoas », disse. «Mas o dinheiro não surgiu».

«As pessoas que podiam investir não acreditam no mercado português», explicou. A ambição de fazer algo nesta área em Portugal que ultrapasse fronteiras não esmorece, agora em associação com a produtora Duroamor. O orçamento para o objectivo, eleva-se a 35 mil euros. Em média os actores receberiam 150 euros por cena. Elas 300. Porque neste mercado as regras laborais são diferentes.

Quando nos revelou o seu sonho, «Piri» nunca falou em dinheiro. Não se importaria, certamente, com o valor deste cachet. E depois de saber que afinal poderá não ter sido contactado apenas porque não houve filme e que há uma nova oportunidade para mostrar o que vale no Salão Erótico, o mundo do entretenimento para adultos com que sonha desde a adolescência, pareceu-lhe mais perto. Afinal, o expositor Ninfas Maníacas estava a 50 metros dali. «Ainda vou lá passar. Ainda vou lá passar», disse. E sumiu-se por entre os outros visitantes do salão. Resta saber se para o ano estará do outro lado dos flashs.